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Anulação imobiliária embasará ação de acionistas do Bamerindus

Redação - Folha do Paraná
14 fev 2001 às 19:50

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Os acionistas que integram a Associação Brasileira dos Investidores Minoritários do Bamerindus pretendem utilizar o parecer do Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia (Crea-PR) para pedir, na Justiça, a anulação da venda dos imóveis do banco. O Crea em um parecer dado em janeiro anulou a avaliação de 1.763 imóveis que havia sido feita pela Bolsa de Imóveis, uma empresa contratada pelo próprio HSBC/Bamerindus. Essa empresa não tinha registro no conselho e por isso não poderia fazer avaliações.

O presidente do Crea, Luiz Antonio Rossafa havia encaminhado no dia 11 de janeiro um ofício para instrução de processo judicial da associação. No documento, o Crea informa que somente engenheiros cadastrados podem fazer avaliações de imóveis. Caso contrário não haverá validade para fins de venda ou comercialização. Os imóveis avaliados foram passados ao HSBC pelo interventor do Bamerindus, indicado pelo Banco Central.

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Portanto, a avaliação feita pela Bolsa de Imóveis de São Paulo não teria qualquer validade. O problema para os acionistas é que a quase totalidade dos imóveis já foi vendida ao HSBC, que em muitos casos já passou adiante.

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O presidente da Associações dos Minoritários, Euclides Ribas, cita como exemplo a avaliação feita a pedido do HSBC na agência do Bamerindus, localizada no Centro Cívico, em Curitiba. O imóvel foi avaliado em R$ 930 mil. A mesma vistoria feita pela Caixa Econômica Federal colocou o preço mínimo de venda em R$ 2,3 milhões. Prevaleceu o preço menor. "Pouco tempo depois, o HSBC vendeu metade do imóvel por R$ 1,3 milhão. Para efeito de tributação, a prefeitura fixou o valor de R$ 2,1 milhões", afirmou Ribas.


Outro caso citado foi o da atual sede do HSBC, no prédio do Palácio Avenida, no centro da cidade. A avaliação feita por peritos credenciados chegou num preço aproximado a R$ 26 milhões, informou Ribas. "Quando o HSBC colocou seu próprio avaliador, o valor caiu para R$ 12 milhões ou R$ 14 milhões, mais ou menos", protestou.

Os acionistas minoritários sabem que será uma luta difícil conseguir reverter o valor dos imóveis que já foram vendidos pelo HSBC. "Quem vai pagar a diferença", questiona Euclides Ribas. Além de contestar a avaliação dos imóveis, os minoritários pedem uma revisão geral no processo de intervenção e posterior venda do Bamerindus para o banco inglês HSBC. O Banco Central fez a operação no final de março de 1997.


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