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Tecnologia em casa

Após onda de notebooks e banda larga, consumidor agora quer mais acessórios

Isabela Bolzani - Folhapress
08 nov 2020 às 14:00
- Pixabay
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Em poucos meses, o computador da família que estava parado no canto da casa voltou a ser usado. O home office e as aulas online exigiram ainda o aperfeiçoamento da tecnologia doméstica –incluindo aí internet mais rápida e mais aparelhos e acessórios disponíveis.

Esse movimento foi sentido principalmente no primeiro trimestre. Dados da Abinee (Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica) apontam que, nesse período, o consumo migrou dos populares celulares (que tiveram uma queda de 9% em unidades comercializada) para desktops, notebooks e até tablets, cujas vendas subiram 21%.

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"Trabalho e ensino remotos começaram a exigir produtos mais sofisticados e em quantidade suficiente para atender a todos os membros da família. O cenário de antigamente, no qual um computador atendia todo o mundo, mudou", afirma Humberto Barbato, presidente da associação.

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Foi exatamente porque o seu computador antigo quebrou que Giliane Lima Parzanese, 35, se viu obrigada a comprar um novo notebook para que sua filha, Valentina, pudesse ter aulas online.

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"Tínhamos um computador parado que só voltou ao uso por causa do home schooling e acabou quebrando. Mas, como as aulas online continuavam, tivemos que comprar um novo. Acabamos optando por um notebook com câmera embutida", afirmou.


A disparada na venda desses aparelhos também foi puxada por pessoas jurídicas. Segundo o presidente da Positivo Tecnologia, Hélio Bruck Rotenberg, a primeira onda de demanda veio principalmente de empresas que, de um momento para o outro, precisaram adaptar suas estruturas para o trabalho remoto.

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"Quando a pandemia começou, todo tipo de empresa, principalmente bancos, compraram uma enorme quantidade de computadores para atenderem aos seus funcionários. Foi só em um segundo momento que os consumidores passaram a buscar esses produtos, porque perceberam que o home office e o home schooling poderiam demandar muito mais performance", afirma.


Segundo Rotenberg, o inesperado aumento de vendas de PCs em 62% de maio a julho, em relação a igual período de 2019, fez com que a Positivo antecipasse novos modelos previstos para este e para o próximo ano. Foram nove estreias desde abril.

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Cresceu também a demanda por tecnologia para lazer e entretenimento. Plataformas de streaming –como a Netflix– e games ganharam espaço e impulsionaram a busca por aparelhos mais sofisticados.


"Vimos uma alta de equipamentos com grande desempenho, mas também cresceu a procura por versões mais simples, de entrada", diz a gerente de marketing da Intel Brasil, Giovana Gaiolli.

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Varejistas notaram ainda mais demanda por acessórios, como ring lights (anéis de luz, na tradução literal), fones de ouvido e carregadores.


"Quando começamos a sentir que fronteiras poderiam fechar e o consumo interno aumentaria, corremos para colocar diversos produtos no estoque e nos anteciparmos a essa demanda", diz Julio Cesar Trajano, diretor comercial do ecommerce do Magazine Luiza.

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"Agora estamos nos preparando para um momento muito bom que está por vir, com um consumidor mais adaptado às compras online e preparado para os próximos meses."


A auxiliar administrativa Emanuelle Aguiar, 27, fez um upgrade na compra de um novo notebook.

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"Com a chegada do home office, não teve jeito, eu precisei comprar um notebook novo, com memória maior, que fosse mais
rápido e que tivesse uma câmera, já que, além do trabalho e reuniões, eu também o utilizo para os meus estudos", diz ela.


"Além disso, com todos da família trabalhando em casa, também precisamos aumentar a internet, que começou a oscilar com a sobrecarga."


Ou seja, o setor de telecomunicações também precisou se adaptar. Segundo o diretor de marketing da Claro, Marcio Carvalho, o movimento trouxe mudanças no uso da rede e na geografia da conexão, cujo tráfego se desconcentrou dos centros comerciais e passou a irradiar para a borda das cidades.


"Fomos adicionando capacidade [na rede] conforme a demanda foi crescendo. O primeiro degrau foi ter a melhor conectividade possível que coubesse no orçamento. Depois, veio o consumo dos diversos aplicativos", disse.


Carvalho conta que também houve o aumento da procura pelos "combos", que incluem televisão paga e telefone fixo, além da internet residencial.


O setor de telecomunicações, que já vinha de um período de adaptações em sua infraestrutura para receber o 5G, precisou agilizar a expansão da rede para a periferia das cidades.


"Com a pandemia alcançamos bairros aos quais ainda não havíamos conseguido chegar e, inclusive, expandimos o alcance da rede para algumas cidades menores", afirma o vice-presidente de vendas e marketing da Vivo, Marcio Fabbris. "O processo estava em curso e se intensificou nos últimos meses, mas ainda temos muitas casas a alcançar."


Executivos do setor têm boas expectativas em relação à Black Friday e ao Natal e projetam que a crescente digitalização vai marcar as datas com boas vendas pela internet.


"A demanda crossmedia [uso de várias plataformas], que já era evidente nas gerações mais jovens, chegou aos clientes tradicionais, que antes faziam questão de ir até uma loja física", diz o diretor de operações da Via Varejo, Abel Ornelas.

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