Os reajustes salariais fechados no final do primeiro semestre devem provocar um aumento de 4% a 5% no consumo de frango no Brasil. Essa é a expectativa do Sindicato da Indústria de Produtos Avícolas do Paraná (Sindiavipar) para o início de julho. ''Nossa maior preocupação é com aumento do desemprego'', frisou o presidente do sindicato, Domingos Martins.
Ainda de acordo com ele, a alimentação do brasileiro absorve um quarto de sua renda mensal e qualquer alteração no poder aquisitivo da população afeta o consumo do frango. ''É a proteína de origem animal mais barata e uma das mais saudáveis'', justifica. No Brasil, o consumo do produto é de 34 quilos per capita/ano enquanto Estados Unidos e Japão consomem 45 e 70 quilos per capita, respectivamente.
Atualmente, o Paraná ocupa o primeiro lugar no ranking nacional em alojamentos de pintainhos e produção. Por isso, ele está tranquilo em relação ao sinal de alerta dado na última reunião de produtores. Sexta-feira passada, representantes das regiões Sul, Sudeste e de Goiás - responsáveis por 88% da produção brasileira - levantaram a hipótese de reduzir em 8,5% o número de alojamentos que hoje é de 328 milhões.
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Segundo Martins, o temor dos avicultores é o desequilíbrio entre a oferta e a procura. Se o consumo interno e as exportações não crescerem, a quantidade de alojamentos deve cair para 300 milhões. ''A carne de frango é altamente perecível e não há câmeras suficientes para estocar um superprodução'', afirma o sindicalista que lembra com tristeza do ano de 2001, quando até boas matrizes tiveram de ser sacrificadas.
Os últimos anúncios do governo federal em favor do crescimento econômico e a incessante busca dos produtores por novos mercados no exterior mantêm o otimismo de Martins. Sua expectativa é de que até o final do ano a produção de frango no Paraná cresça 12% e ele passe do segundo para o primeiro lugar entre os estados que mais exportam o produto. ''Nossa situação é boa e a do restante do País é estável. No entanto, não podemos correr o risco de sofrer prejuízo. Por isso, precisamos de um monitoramento constante e estudo de alternativas'', explicou.