A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) chegou ao fim de 2002 com seu 2º pior desempenho desde o início do Plano Real. A desvalorização acumulada de 17,01%, no ano passado, perdeu apenas para os 33,4% de perda registrada em 1998 ano de crises financeiras mundiais, que culminou com a maxidesvalorização do real no início de 1999.
Em um ano tão ruim, os negócios encolheram consideravelmente. O volume médio diário negociado em 2002 foi o menor desde 96. O giro de cada dia ficou, na média, em apenas R$ 561 milhões. Em 2000, o volume diário foi de R$ 745 milhões. Em dois anos, a queda foi de 24,7% praticamente um quarto do volume diário de dinheiro que circulava pelo pregão evaporou.
Analistas afirmam que, se a situação da Bovespa já era ruim, a elevação dos juros básicos (Selic) em dezembro para 25% anuais foi uma ducha de água fria para quem apostava em uma recuperação do mercado acionário. Juros mais altos costumam tornar outros tipos de aplicações, como os fundos DI e de renda fixa, mais atraentes e teoricamente de riscos menores do que os apresentados pelo mercado acionário.
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O atual estágio dos juros é o mais alto desde janeiro de 1999. De outubro a dezembro, o BC promoveu a subida de sete pontos percentuais na Selic. ''Para uma melhora da Bolsa no primeiro trimestre de 2003 é importante que os juros voltem a cair'', diz Charles Phillipp, diretor da SLW corretora. No último mês do ano, o resultado da Bolsa não foi desanimador. A valorização do Ibovespa índice que segue a variação das 56 ações mais negociadas no pregão em dezembro foi de 7,23%, a terceira melhor do ano, só perdendo para outubro (17,92%) e para fevereiro (10,31%).