O brasileiro é o cidadão que mais paga impostos na América Latina. Estudo divulgado nesta quinta-feira pela Receita Federal mostra que a carga tributária bruta brasileira atingiu em 2002 o percentual recorde de 35,86% do PIB (Produto Interno Bruto) - recorde histórico no país. Em 2001, a carga tributária foi de 33,84% das riquezas do país.
Segundo o coordenador geral de política tributária da Receita, Márcio Verdi, a carga brasileira é a maior de toda a América Latina e chega a ser superior inclusive a de países como os Estados Unidos, onde os impostos atingem de 30% a 33% do PIB. Na Argentina, a carga tributária varia de 22 a 24%.
Verdi explica que o aumento da carga tributária em 2002 é resultado principalmente das receitas extraordinárias, da elevação da arrecadação do Imposto de Renda da pessoa física e da Cide (tributo sobre o consumo dos combustíveis).
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O estudo mostra que no ano passado foram arrecadados no país R$ 473,84 bilhões em impostos, um aumento real de 16,78% em relação a 2001. Em valores deflacionados, o aumento foi de 7,57%. Do total arrecadado em 2002, 70,15% correspondem a impostos e contribuições administrados pela União, 25,5% pelos Estados e 4,35% pelos municípios.
Depois das transferências constitucionais, a União ficou em 2002 com 60,39% do total arrecadado. A redução é reflexo da transferência de 5,49% para os Estados e 4,26% para os municípios. Por conta das transferências, a participação dos Estados no bolo tributário passa de 25,5% para 24,75%, pois eles repassam 6,24% para os municípios.
Já os municípios elevaram sua participação de 4,35% para 14,85% do total arrecadado, depois das transferências recebidas da União e dos Estados.