O movimento nas Centrais de Abastecimento de Hortifrutigranjeiros (Ceasas) do Paraná caiu no início dessa semana. Mas na Região Metropolitana de Curitiba e cidades onde existem Ceasas como Londrina, Maringá, Foz do Iguaçu e Casvavel, a possibilidade de desabastecimento é baixa, segundo o diretor-presidente da Ceasa em Curitiba, José Lupion.
Há risco de redução no fornecimento dos produtos em cidades mais distantes dos centros de distribuição. "Em algumas centrais está sendo registrado queda no número de fornecedores, mas de maneira geral o movimento não caiu para a região metropolitana", afirma.
A sugestão de Lupion é que os varejistas utilizem vias urbanas para comprarem hortifrutis na Ceasa. "Em Curitiba abrimos o portão dos fundos e os compradores estão usando ruas urbanas para entrar e sair da central, sem precisar passar pelas rodovias."
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A direção da central de abastecimento está fazendo um acompanhamento do movimento das Ceasas em todo o Estado. Em Curitiba, por exemplo, no sábado retrasado, dia 20 de janeiro, foram movimentadas 1,1 mil toneladas de produtos. No sábado dia 27, dois dias antes do início da greve, a Ceasa de Curitiba movimentou 2,5 mil toneladas. Um crescimento de mais de 90%. "Isso mostra que os atacadistas e distribuidores se anteciparam à greve e garantiram o abastecimento do início da semana", diz Lupion.
Na segunda-feira, dia 29, primeiro dia da greve, o movimento na Ceasa de Curitiba foi de 1,7 mil toneladas de produtos. O normal seria 2,1 mil toneladas. A queda de 40% deve-se em grande parte à ausência de compradores de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. "Os compradores de distâncias maiores estão com receio de ficar preso nas rodovias com a mercadoria e por isso não saíram de casa", explica Lupion.
Nesta terça-feira, dia em que normalmente são movimentados 1,6 mil toneladas de produtos na Ceasa de Curitiba, as vendas ficaram em 700 toneladas. Queda de mais de 50%. Os fornecedores da Ceasa que carregaram em São Paulo não tiveram problemas para fazer a entrega na Central. Já os fornecedores do interior do Paraná e de São Paulo, que utilizam a BR-277, ficaram presos em Ponta Grossa ou preferiram não fazer o transporte. "Cerca de 90% dos caminhões que estavam na Ceasa hoje (ontem) era de pequeno porte e com destino à própria região metropolitana", explica o diretor-presidente.
INTERIOR - O movimento na Ceasa de Londrina foi baixo nesta terça-feira. Apenas 210 produtores ofertaram seus produtos. O número normal é de 280 por dia. Houve uma queda de 50% no número de compradores. "A Ceasa de Londrina fornece hortifrutis para a região de Presidente Prudente, sul de São Paulo, e os compradores paulistas têm medo de não conseguir voltar para suas cidades".
Em Maringá, o movimento de produtores e de vendas foi normal ontem. Na Ceasa de Foz do Iguaçu houve uma redução de cerca de 50% na entrada de mercadorias. "Se a redução no fornecimento continuar pode haver desabastecimento no Paraguai e Argentina porque 80% das vendas do Ceasa de Foz é destinada a esses países e não para o Paraná", conta Lupion. Em Cascavel a entrada de produtos na Ceasa também apresentou queda. Mas a administração da central acredita que não há risco de desabastecimento para as cidades próximas. "Há notícias de alguns bloqueios em estradas do sudoeste e por isso os transpotadores não devem chegar a todos os municípios dessa região."
Leia mais em reportagem de Emerson Cervi, na Folha do Paraná/Folha de Londrina desta quarta-feira