Cerca de 100 pequenos produtores rurais do município de Colombo (Região Metropolitana de Curitiba) estão sendo afetados diretamente pela greve dos caminhoneiros. Juntos, eles vendem cerca de 5 mil quilos de hortifrutis por dia, grande parte para o interior do Paraná e outros Estados. A entrega dos produtos foi suspensa até o fim da greve.
Eles fazem parte da Associação de Produtores Agrícolas de Colombo (APAC), que reúne a produção de hortifrutis dos associados e as vende para grandes redes de supermercados em Santa Catarina e Rio Grande do Sul.
Metade dos hortifrutis comercializados pela APAC é orgânico (sem uso de produtos químicos), com mercado garantido em outros Estados, mas não pode ser transportado. "Essa semana a transportadora preferiu suspender o frete para Santa Catarina e Rio Grande do Sul devido ao risco dos caminhões ficarem parados na estrada", disse o presidente da APAC, José Nicácio Strapasson.
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Os prejuízos ainda não foram calculados pela associação, mas se a greve durar até o fim da semana, entre sete e dez toneladas de hortifrutis da APAC deixarão de ser vendidas. "Estamos pedindo que o agricultor deixe o produto na propriedade, mas depois de 48 horas de colhido os hortifrutis são inviabilizados e não podem mais ser vendidos", explica. "Só estamos conseguindo colocar produtos nos mercados da região metropolitana de Curitiba, mas eles não vão absorver toda a produção."
Mensalmente, a APAC vende 70 mil embalagens pré-prontas de hortifrutis orgânicos. Do total comercializado pela APAC, 25% vai para Porto Alegre e Santa Catarina. Do restante, boa parte é distribuída no interior do Paraná. "Estamos levando nossos produtos para o litoral, para onde foi o consumidor, mas temos com medo de não conseguir chegar até lá se a greve continuar", lamenta Strapasson. A associação estava negociando um novo contrato para venda de produtos orgânicos com uma rede de supermercados de São Paulo. Os contatos com os novos clientes foram suspensos no início da semana devido a paralisação dos caminhoneiros.