O Conselho da Autoridade Portuária (CAP) se reúne na próxima sexta-feira para discutir uma proposta de proibição do trânsito de soja transgênica pelo Porto de Paranaguá.
A proposta é do conselheiro Luiz Antonio Fayet, que representa o grupo dos usuários no porto. Ele defende a proibição sumária para que o terminal paranaense seja conhecido mundialmente como exportador apenas de soja convencional.
Fayet defendia que a soja para exportação deveria ser segregada entre transgênica e convencional. Para isso, o porto teria que criar estrutura adequada. Com a Medida Provisória (MP) da Presidência da República, liberando a venda da soja transgênica produzida no País, Fayet defende que o terminal simplesmente opte pela proibição.
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Para ele, a medida seria mais mercadológica do que de biossegurança. ''Os países asiáticos e os da Comunidade Européia estão restringindo a entrada de produtos transgênicos, daí a importância do Porto de Paranaguá criar a marca de livre de transgênicos.''
Fayet diz que é falsa a idéia de que o cultivo de soja transgênica é mais lucrativo.
Segundo ele, a economia que o agricultor deixa de fazer na aplicação de inseticidas, pesticidas e fungicidas nas lavouras convencionais, pode ser recuperada com o pagamento de um bônus que já está sendo feito pelos países importadores em até US$ 10 por tonelada.
Lamenta, porém, que o benefício não está sendo devidamente divulgado pelas empresas exportadoras.
Fayet alerta para o estrago que a exportação de soja transgênica faria à economia do Paraná.
Ele lembra que dos 28 milhões de toneladas de produtos exportados pelo porto paranaense no ano passado, 11 milhões de toneladas foram do complexo soja.
No Produto Interno Agropecuário (PIB) Agrícola de 2001, só a exportação de soja contribui com 25% das riquezas geradas no Estado.
Segundo o economista, o crescimento da exportação de soja no Paraná e no Brasil vem ocorrendo à medida que os países produtores do produto transgênica como Estados Unidos e Argentina estão perdendo mercado em todo o mundo.
''Se o Paraná perder mercado com a exportação do complexo soja, serão milhares de desempregados,'' avisou.