A cesta básica do mês de julho, em Curitiba, teve um aumento de 3,54%, considerado o maior índice deste ano. Essa variação interrompe o ciclo de deflação no preços dos alimentos que vinha acontecendo durante todo o primeiro semestre. Até o mês de junho, a cesta básica vinha com uma deflação de 4,61%, informou Cid Cordeiro, economista do Departamento Intersindical de Estudos Estatísticos e Sócio-Econômicos (Dieese).
No acumulado deste ano, porém, os preços dos alimentos da cesta básica ainda apresentam deflação de 1,23%. Para o Dieese, a deflação desse ano foi provocada pelo reajuste excessivo que houve no ano passado, em torno de 20%. E também pelo aumento do desemprego e queda no nível de renda do trabalhador, situações que tem inviabilizado o repasse de aumentos de custos.
Contribuiu para o aumento da cesta básica em julho, o reajuste de 15,82% no preço do feijão; de 15,57% no preço do óleo de soja e de 14,40% no preço do tomate. Também estão pressionando os índices, os aumentos nos preços do pãozinho, leite, batata e farinha de trigo.
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Para o segundo semestre, os preços dos alimentos devem pressionar os índices inflacionários, situação que não ocorreu no primeiro semestre e que deu espaço para o governo aumentar os preços das tarifas públicas. Cordeiro adiantou que os preços do óleo de soja, pão e farinha de trigo devem continuar pressionando os índices neste mês de agosto e com isso a deflação da cesta básica tende a ser zerada.
A preocupação daqui para frente é com o repasse dos efeitos da desvalorização cambial. Cordeiro disse que ainda é cedo para os setores repassarem para os preços o aumento para o dólar, porque a moeda norte-americana não tem um patamar definido. O economista do Dieese destacou que a tendência para os preços dos alimentos é de recuperação neste segundo semestre, apesar da demanda que ainda está muito fraca. Para Cordeiro, é esperado um aumento no preços dos alimentos nos próximos meses, embora ele acredite que o índice de variação da cesta básica deve ficar abaixo da inflação, em função da dificuldade de repasse de preços.
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