A possibilidade de encerrar as atividades e fechar as portas da fábrica de Campo Largo poderá resultar em penalidade e até multa para a Chrysler. O acordo firmado com o governo do estado prevê que a empresa devolva aos cofres públicos o dinheiro que conseguiu economizar com os incentivos fiscais. A montadora teve dilação do ICMS por parte do governo e dos impostos municipais (ISS e IPTU). Ela ganhou ainda o terreno do estado e a infra-estrutura.
A Secretaria de Indústria e Comércio e a do Planejamento informaram ontem que em caso de fechamento da fábrica serão levantados os valores a serem ressarcidos. "O Estado não assina contrato sem ter garantia de que haverá penalidade", afirmou ontem o secretário em exercício Élcio Coltro. A Chrysler geraria R$ 140 mil mensais em ICMS, segundo a Prefeitura de Campo Largo.
O secretário do Planejamento, Miguel Salomão, garantiu que o Estado não será prejudicado por ter dado incentivos fiscais. "Não haverá qualquer prejuízo para o Estado, que receberá seus créditos no prazo contratual", disse. Os débitos fiscais teriam seu vencimento antecipado. Em agosto de 2002, a Chrysler começa a recolher o ICMS usado como incentivo fiscal, conforme estabelece o protocolo firmado com o governo do Estado.
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Mas por enquanto, o governo não trabalha com a possibilidade de encerramento das atividades. "Com certeza, a Chrysler vai substituir a produção. Torcemos para que se mantenha", disse Coltro. Ele afirmou que o governo vinha acompanhando com atenção as dificuldades enfrentadas pela Chrysler para conquistar mercado no Brasil.
A notícia da Chrysler é a segunda que preocupa o Estado em relação ao desempenho do pólo automotivo paranaense. Na sexta-feira passada, a Volkswagen/Audi anunciou demissão de 350 funcionários. O governo avalia que a fase de enxugamento das montadoras é "questão momentânea". "Temos confiança de que o pólo automotivo se reequilibrará", disse o secretário interino de Indústria e Comércio.