A montadora Chrysler divulgou nota oficial ontem anunciando o encerramento da fabricação da picape Dodge Dakota, na fábrica de Campo Largo (Região Metropolitana de Curitiba). Com a ociosidade da linha de produção, todos os 250 funcionários iniciarão um período de dois meses e meio de licença remunerada. A montadora informou que mantém os estudos para definir um novo modelo de carro a ser feito no Paraná.
As férias coletivas dos empregados faz parte da reestruturação da empresa, anunciada no final de janeiro, em todo o mundo. A Daimler/Crhysler decidiu fechar fábricas nos Estados Unidos, Canadá e Argentina, além de cortar 2,5 mil funcionários em todo o mundo. Na época, foi definido que a unidade de Campo Largo iria encerrar a fabricação do Dakota, caminhonete que não conseguiu ganhar espaço no mercado nacional. A promessa era substituir o modelo sem que isso representasse fechar a fábrica.
A direção da montadora ainda trabalha com a hipótese de manter a atividade, mas não descarta o fechamento total. "O foco é a operação ter uma continuidade no futuro, mas não há uma definição ainda", afirmou ontem o gerente de Comunicação, André Senador.
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O diretor de Assuntos Governamentais da Chrysler, Luiz Berea, esve ontem com o Secretário do Planejamento, Miguel Salomão, para fazer o comunicado ao governo das próximas etapas. Ele disse que não houve decisão sobre o fechamento da fábrica. Se a Chrysler, deixar o Paraná terá de devolver para o governo os incentivos fiscais que recebeu. Entre eles, estão R$ 100 milhões em Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) e indenização pelos benefícios em infra-estrutura feitos pela Copel e Sanepar.
Não há uma data precisa para se retomar a produção, nem para o retorno dos funcionários. A princípio, eles voltam ao trabalho no final de junho. "Todos continuam recebendo seus salários", garantiu Senador.
De janeiro até a primeira quinzena de abril, a Chrysler produziu em Campo Largo 1,5 mil carros. A produção foi mantida para zerar os estoques de autopeças e componentes que já estavam na fábrica ou encomendados. No ano passado foram colocados no mercado 5 mil unidades.
Segundo a direção da empresa, a comercialização das unidades da picape Dakota prossegue normalmente, com carros importados e até mesmo com a produção que foi feita nos últimos dois meses e meio. Também permanece normal a importação de produtos das marcas Chrysler e Jeep. Os serviços de assistência técnica e fornecimento de peças de reposição também ficam inalterados.