Nos próximos dois meses, o Instituto de Tecnologia para o Desenvolvimento (Lactec) deve iniciar a produção industrial de dois mil medidores de energia elétrica que funcionam pelo sistema de cartões pré-pagos. Os equipamentos estão sendo confeccionados para a Copel e a Companhia Paulista de Força e Luz (CPFL), de Campinas (SP).
A intenção é usá-los em projetos pilotos, antes de lançar oficialmente o produto no mercado. A Folha procurou a Copel para confirmar o projeto, mas somente na segunda-feira a empresa vai se pronunciar sobre o assunto.
Segundo o gerente da área de eletrônica do Lactec, Lourival Lippmann Júnior, o novo produto vai funcionar da mesma maneira que o sistema de telefonia paga. Ao todo, o Lactec gastou R$ 2 milhões na elaboração desse cartões e outros medidores de energia, além de despender quatro anos de pesquisa.
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"Por enquanto, o equipamento não pode ser colocado no mercado, porque as concessionárias estão testando o produto", explicou Lippmann Júnior. Além disso, acrescentou o gerente, é preciso que a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) crie uma legislação específica para este tipo de serviço.
Um dos pesquisadores do projeto, José Carlos do Nascimento, explicou que para funcionar o sistema o cliente deve comprar uma cota de energia, que será registrada em cartão, a ser acoplado no medidor de energia. Conforme for gastando, o equipamento vai debitando os créditos, registrado em um chip.
Quando zerar o cartão, um alarme avisa o consumidor que é hora de ir a uma agência e comprar créditos. "Enquanto o usuário compra nova cota de energia, a luz não é interrompida", assegurou. O relógio continua funcionando durante algum tempo, mesmo sem o cartão. Depois o que é fornecido sem desconto acaba debitado nos novos créditos.
"O serviço é muito bom e ajuda a economizar", disse a escriturária Maria Lúcia Massucato, que mora em uma das seis casas que testam o produto. Ela conta que desde fevereiro vem testando o aparelho. Ela explicou que é preciso controlar o consumo para não ser pego de surpresa com o esvaziamento do cartão. "Mas o com tempo o gasto passa a ser controlado", disse.
Por enquanto, a compra de créditos por Maria Lúcia é simulada. Mas, quando a Copel implantar o sistema em um projeto piloto, a escrituária quer estar entre as mil casas que vão testar o equipamento.