A Copel registrou em 2001 um lucro líquido de R$ 475,3 milhões. Este é o melhor resultado na história de 47 anos da estatal e supera em quase 10% os R$ 430,6 milhões apurados no ano 2000. O resultado financeiro da empresa consta do balanço contábil que está sendo publicado nesta terça-feira em diversos jornais do país.
"O resultado superou nossas expectativas, principalmente porque 2001 foi um ano atípico sob diversos enfoques", avalia Ricardo Portugal Alves, diretor de Finanças e de Relações com os Investidores da Copel. "Tivemos um desaquecimento na economia mundial, decorrente dos atentados terroristas de 11 de setembro nos Estados Unidos, a instabilidade econômica da Argentina, e no ambiente interno, um racionamento de energia elétrica que atingiu a maior parte do país durante a maior parte do ano".
Ainda que a Região Sul não tenha sido obrigada a reduzir seu consumo de eletricidade, o apelo das autoridades federais em favor da economia voluntária e preventiva encontrou pronta resposta junto aos paranaenses. Por isso, o mercado consumidor atendido pela Copel fechou o ano com crescimento de 2,3%, taxa inferior às projeções de 5% feitas no início do ano.
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"O consumo industrial aumentou 6,4%, refletindo a maturação de diversos novos empreendimentos instalados no Estado ao longo do ano", argumenta o diretor Portugal Alves. "Por outro lado, ficou nítido o empenho pela racionalização em outras classes de consumo como a residencial, onde a demanda caiu 3,1%, a comercial com crescimento de 3% e a rural, com discreta elevação de 0,8%".
Ricardo Portugal lembra, ainda, que a expressiva elevação no consumo de eletricidade pela indústria paranaense ficou em patamares bastante próximos da variação do Produto Interno Bruto (PIB), que segundo levantamentos preliminares do Ipardes chegou a 6,7% no ano. No Brasil, o crescimento do PIB calculado pelo IBGE ficou em 1,5%.
O balanço da Copel mostra que suas receitas líquidas atingiram R$ 2,3 bilhões no ano de 2001, um aumento de 11,9% sobre os R$ 2 bilhões apurados em 2000. Isso reflete, além do crescimento do mercado consumidor, os reajustes tarifários concedidos pela Aneel no exercício: 15,43% autorizados a partir do final de junho de 2000 e 17,31% em vigor a partir do final de junho de 2001.
Já a despesa operacional durante o ano fechou em R$ 1,6 bilhão e foi 15,1% maior que o total de R$ 1,4 bilhão do exercício anterior. Só o item "energia comprada para revenda" acusou variação de 20%, refletindo a variação cambial ocorrida no período.
O programa de investimentos cumprido pela companhia em 2001 foi de R$ 430,4 milhões. Foram aplicados R$ 54,6 milhões em projetos de geração de energia, R$ 61,9 milhões em transmissão, R$ 189,9 milhões em distribuição, R$ 27,5 milhões em telecomunicações e R$ 96,5 milhões em instalações gerais, participações e empresas coligadas.
Ao final de 2001, a Copel totalizava 2.937.571 clientes atendidos diretamente no Paraná, servidos por uma malha de distribuição de 155.073 km (extensão equivalente a quatro voltas em torno da Terra pela linha do equador), 6.763 km de linhas de transmissão de grande capacidade (o suficiente para cobrir a distância de ida e volta entre Curitiba e Fortaleza), 354 subestações (226 das quais automatizadas) e 18 usinas (sendo 17 hidrelétricas) com potência de geração conjunta de 4.549 megawatts.
O ativo total da empresa somava R$ 8,7 bilhões e o total de suas dívidas (R$ 1,4 bilhão) representava um endividamento sobre o patrimônio líquido da ordem de 28,6%.