A greve prometida pelos caminhoneiros pode receber a adesão dos donos de postos de gasolina de rodovias. Eles ameaçam parar de comprar óleo diesel para pressionar o governo a reajustar a margem de lucro do produto para os revendedores. O protesto começa na sexta-feira, dia 26, e os estabelecimentos ficariam fechados a partir de segunda-feira, dia 29, mesma data do início da greve dos caminhoneiros.
No Paraná, o setor já deixou claro que está disposto a aderir ao movimento nacional de boicote à compra do óleo diesel. Segundo o presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo do Estado do Paraná, Roberto Fregonese, o setor já usou todos os expedientes "possíveis e imagináveis nas áreas política e administrativa" para decidir o problema dos postos de rodovias.
Segundo Fregonese, a margem de lucro do diesel está congelada há quase cinco anos, inviabilizando a situação dos postos. Eles alegam que a venda de diesel acarreta um déficit de R$ 0,05 por litro vendido. A margem de lucro do produto é de R$ 0,0752, abaixo da margem técnica de R$ 0,12 necessários para cobrir os custos de produção. No caso da gasolina e do álcool a margem técnica é de R$ 0,18.
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Essa situação, de acordo com Fregonese, já levou vários postos de rodovias a fecharem. Dados do Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras de Combustíveis e Lubrificantes (Sindicom) mostram que só no ano passado mil postos, cujo principal negócio era a venda de diesel nas estradas brasileiras, lacraram as bombas. Outros 1,8 mil estão em situação financeira ruim.
No Paraná, de acordo com Fregonese, dos 452 postos existentes em rodovias, 180 fecharam no último ano. "Dos que restaram, 90% estão com sérios problemas financeiros, devendo dinheiro às distribuidoras", diz. Ele ressalta que o problema é até maior no Paraná, um estado essencialmente agrícola, com grande quantidade de tráfego de caminhões nas estradas.