Apesar das adversidades climáticas, especialmente os longos períodos de estiagem, que nos últimos anos provocaram quebras de safras importantes, o Paraná segue como um dos estados brasileiros com resultados mais expressivos no agronegócio.
O setor agropecuário responde por cerca de 35% do PIB (Produto Interno Bruto) do Estado e detém uma fatia em torno de 80% da balança comercial paranaense.
Em 2021, o VBP (Valor Bruto da Produção) agropecuário do Paraná atingiu o maior patamar de sua história, totalizando R$ 180,6 bilhões. Desde 2012, o avanço médio foi de 5% ao ano, segundo dados do Deral (Departamento de Economia Rural), da Secretaria de Estado de Agricultura e Abastecimento.
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O balanço considera a produção agrícola, pecuária e florestal.
Com resultados tão significativos em produção, receita e faturamento, não chega a ser uma surpresa a inclusão de empresas paranaenses na quarta edição da Forbes Agro100, o ranking das cem maiores companhias do setor do agronegócio no país.
A lista é mais uma ferramenta que confirma o Paraná como uma das grandes potências agrícolas brasileiras. Juntas, as cem companhias faturaram, em 2021, R$ 1,38 trilhão, valor que corresponde a 34,6% de alta sobre o R$ 1,02 trilhão computado em 2020. Doze delas nasceram no Paraná e, dentre elas, 11 mantêm suas operações no Estado.
As empresas de proteína animal faturaram, juntas, R$ 520 bilhões, expansão de 28,9%. Em seguida, aparece o setor de alimentos e bebidas, que somou R$ 270,4 bilhões em receita, alta de 36,4%.
Mas o maior percentual de crescimento foi observado no setor de agroquímica e insumos, com avanço de 49%, o que pode ser explicado pela alta dos preços internacionais do petróleo. Entre as cem empresas listadas, 21 faturaram mais de R$ 10 bilhões e 90 delas tiveram resultados de mais de dez dígitos.
A número um da lista é a JBS, do setor de alimentos e bebidas, sediada em Anápolis, no interior goiano, e que teve uma receita acumulada de R$ 350,69 bilhões em 2021. Entre as paranaenses, a melhor colocada é a Amaggi, também do setor de alimentos e bebidas, que aparece em décimo lugar no ranking.
Embora desde 1979 esteja instalada em Cuiabá, a capital mato-grossense, a empresa possui DNA paranaense. Foi fundada em 1977, em São Miguel do Iguaçu, no Oeste do Estado. Segundo a Forbes, a receita da companhia no período avaliado foi de R$ 38,21 bilhões e, atualmente, detém o título de maior produtora de soja de capital 100% nacional e atua em outras três áreas: trading, logística e energia.
Um pouco abaixo, na 13ª posição, está a Coamo, cooperativa agrícola de Campo Mourão, no Centro-Oeste do Estado. Com receita de R$ 24,66 bilhões, a empresa respondeu por 3,1% da produção brasileira de grãos em 2021. Soja, milho, trigo e café são os principais produtos recebidos.
Presidente executivo da Coamo, Airton Galinari fala com orgulho da inclusão da cooperativa no ranking.
“Foi uma surpresa, não estávamos habituados, mas é muito importante porque todo mundo sabe da importância e do alcance mundial da Forbes. É um orgulho para os cooperados e para a empresa, não somente pelos resultados em faturamento, mas também pelos resultados em receita.”
Embora tenha a função social como um dos alicerces da empresa, destacou Galinari, o papel social da cooperativa é fortemente amparado pela questão econômica. “Temos um cooperativismo de resultado que se reverte ao associado e à comunidade.”
Com 52 anos de atividades, a Coamo teve um crescimento constante e gradual, expandindo a sua área de ação, sempre provocada pelos produtores rurais. Presente em 73 municípios, a cooperativa vem se solidificando na produção de grãos, insumos e no setor industrial.
A empresa conta com três polos industriais. “Estarmos no ranking é consequência de todos esses anos com uma política correta, coerente, de investimentos e reversão de resultados aos cooperados”, disse Galinari.
“Temos uma política de crescimento sustentável, sempre baseada nas melhores tecnologias.”
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