Cerca de 50% do empresariado paranaense está investindo em causas sociais. Isso é o que diz a pesquisa Ação Social das Empresas, realizada pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). Foram analisadas 39,5 mil empresas no Paraná. Elas responderam à pesquisa que investiram principalmente em assistência social (52% delas), alimentação e educação (44% em cada categoria) e desenvolvimento comunitário (37% do empresariado).
A maior parte do setor privado paranaense entrevistado pelo Ipea presta auxílio para a comunidade em geral, com a participação de 61% das empresas. As crianças receberam ajuda de 54% delas. Segundo a coordenadora da pesquisa, Anna Maria Peliano, ainda não foram analisados detalhadamente outros dados sobre os Estados, apenas pela região.
Em 2000, das 165 mil empresas da região Sul analisadas pelo Ipea, 46% declararam colaborar com o terceiro setor, angariando R$ 320 milhões para as causas sociais, que vão desde pequenas doações a projetos de maior abrangência. O percentual é menor do que o observado nas regiões Sudeste e Nordeste, onde, respectivamente, 67% e 55% das empresas disseram colaborar. Anna Maria disse a diferença constatada aconteceu porque na região Sul há muitas micro-empresas que como não colaboram, puxam o índice para baixo. "Mas também é possível dizer que nesse local a pobreza não é tão grande, e o empresariado não se sente pressionado a auxiliar", revelou. Outra possibilidade, segundo ela, é que os empresários da região Sul acreditam que a função do investimento em ações sociais é papel do Estado.
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A pesquisa Ação Social das Empresas foi feita com o objetivo de retratar o papel do setor privado nas causas sociais. "Ainda que haja o reconhecimento de que os governos são o principais responsáveis, é preciso que se faça parcerias, e por isso fomos analisar o que o empresariado anda fazendo", resumiu Anna.
O Ipea concluiu com a pesquisa que o empresariado tem um papel significativo no atendimento à população carente, explicou Anna. "Essa atuação tem sido boa tanto para a comunidade atendida como para a empresa, que está tendo um retorno de imagem muito bom", disse. Segundo a coordenadora do Ipea, as empresas revelaram ainda que o relacionamento com os empregados também melhorou depois da implantação de atividades assistenciais. "Mas ainda há espaço para essa colaboração crescer, porque o volume investido no Sul corresponde apenas a 0,2% do PIB (Produto Interno Bruto) da região", apontou.