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Empresas de saúde temem quebradeira

Redação - Folha do Paraná
10 jul 2001 às 19:32

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As operadoras de planos de saúde prevêem um caos no setor por causa da fiscalização da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS). A Associação Brasileira de Medicina de Grupo (Abramge) afirma que pode ocorrer uma quebradeira generalizada das empresas, o que deixaria os usuários sem plano de saúde, inchando o Sistema Único de Saúde (SUS). Segundo dados da Abramge, nos dois últimos anos as empresas do setor tiveram um rombo de R$ 300 milhões.

O presidente da Abramge da divisão Paraná e Santa Catarina, Joelson Samsonowski, disse que é preciso que a ANS dê mais prazo para as empresas que sofrem intervenção se adequarem às novas regras, que foram colocadas em prática em 1999. "Não somos contra a regulamentação, mas queremos que ela ocorra de forma mais clara, com critérios e não violentamente", afirmou.

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A ANS, depois de detectar problemas financeiros nas operadoras de planos de sáude, faz uma intervenção e dá o prazo de seis meses para a situação se resolver. Se isso não acontecer, a ANS liquida a empresa e faz um leilão da carteira de clientes a outras operadoras. "Ninguém vai querer comprar a massa falida", considerou Samsonowski.

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De acordo com ele, de 42 milhões de pessoas que são atendidas por planos privados, 30 milhões são clientes de pequenas operadoras. "Empresas que vão morrer desse jeito", afirmou. Ele disse que a ANS adotou medidas que são implantadas em seguradoras de planos de saúde. "Mas elas são controladas por bancos e, por isso, têm fôlego financeiro", acrescentou.

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A Abramge também não concorda com os reajustes concedidos pela ANS. O último aumento permitido foi em junho, de até 8,71%. "É preciso haver maior conhecimento de custos e planilhas, além do que os nossos gastos são crescentes", criticou Samsonowski.


A assessoria da ANS afirmou que analisa todas as planilhas das empresas que requisitam reajuste e que o percentual não é padrão para todas. A agência considera que as empresas de assistência médica privada estão reclamando porque até 1999 não havia órgão regulador e que agora só vai ficar no mercado aquelas que forem "dignas de crédito".

De acordo com a assessoria, já houve casos em que a carteira de clientes foi leiloada de maneira satisfatória. "A experiência está mostrando que as operadoras não reclamam de receber clientes a mais", declarou a assessoria.


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