O responsável pela área de segurança do Facebook, Alex Stamos, teria decidido deixar o cargo, em meio a "desacordos internos" por causa do escândalo envolvendo a empresa de análise de dados Cambridge Analytica, acusada de violar as informações de 50 milhões de usuários nos Estados Unidos. A informação é do jornal "The New York Times" e expõe as divisões dentro da maior rede social do mundo sobre como lidar com as "fake news" ("notícias falsas") que são disseminadas por meio da plataforma.
Stamos, de acordo com o "NYT", pregava "máxima transparência" na revelação de atividades de desinformação supostamente patrocinadas pela Rússia. O "caso Cambridge Analytica" estourou no fim de semana, quando os jornais "The New York Times" e "The Guardian" publicaram que a empresa violara os dados de 50 milhões de usuários nos EUA por meio de um teste de personalidade desenvolvido por um acadêmico russo, Aleksandr Kogan.
Ao todo, cerca de 270 mil pessoas teriam feito o teste, e Kogan teria tido acesso a dados de identidade, localização e dos contatos desses usuários, totalizando 50 milhões de indivíduos. Em seguida, teria repassado essas informações para a Cambridge Analytica, o que é proibido. A empresa foi contratada pela campanha do então candidato à Presidência Donald Trump, que hoje vê membros de seu governo e sua família suspeitos de conluio com a Rússia para beneficiá-lo nas eleições. A consultoria também teria prestado serviço a grupos pró-Brexit.
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As informações coletadas pelo teste de Kogan teriam sido usadas para entender o comportamento de eleitores e tentar direcionar suas escolhas. A firma de consultoria foi suspensa pelo Facebook, cujas ações despencaram quase 7% no pregão desta segunda-feira (19) na Nasdaq.