Todas as vezes que digo às pessoas que dou aulas para os cursos de ciências agrárias da Universidade Estadual de Londrina (UEL) preciso explicar como isso é possível. Para quem tem um certo conhecimento do campo agropecuário, digo que dou aulas de extensão rural e ensino os alunos a fazerem difusão e transferência de tecnologia. Para quem não tem, digo que tenho a função de ajudar o profissional de ciências agrárias a levar informações úteis e relevantes ao produtor rural.
Não me abala esse estranhamento das pessoas. Temos uma tendência de ver o conhecimento de forma muito fragmentada e fechada em “caixinhas”, como se o profissional de ciências exatas não precisasse de conhecimentos da área de biológicas e este não pudesse contribuir com a área de humanas. Vivi esse problema no doutorado, no pós-doutorado e continuo passando por dificuldades quando digo, por exemplo, que sou jornalista especialista em inovação. Na universidade mesmo, o senso comum acredita que inovação é assunto apenas da área de gestão e negócios.
Tive a satisfação de receber dois grandes profissionais do campo agrícola em minha aula de Extensão Rural: o engenheiro agrônomo egresso da UEL João Passini e o diretor de Integração, doutor pela UEL, Rafael Fuentes, ambos do Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná – IDR Paraná IAPAR/EMATER. Além de tratar de inovação, desenvolvimento rural, desafios do setor agrícola, eles destacaram o quanto a comunicação é um fator crucial para o sucesso da atividade produtiva agrícola, desde o produtor rural, passando pelos técnicos do setor e chegando na agroindústria e no consumidor final.
Leia mais:
Mega-Sena 2781 acumula e premiação pode ir a R$ 45 milhões na quinta-feira (3)
Conta de energia elétrica fica mais cara a partir desta terça
Trabalhadores têm R$ 127 milhões em abonos do PIS para sacar até dezembro
Apostadores se esqueceram de sacar R$ 291 milhões em prêmios de loterias
Eles apresentaram números significativos da amplitude do trabalho do IDR Paraná: 30 mil unidades produtoras atendidas, principalmente pequenas e médias; 120 mil pessoas impactadas por alguma das inúmeras atividades de extensão rural, como os mais de 600 eventos realizados por ano em todo o Paraná; dezenas de programas técnicos que atendem os mais variados setores da atividade agropecuária; desenvolvimento de políticas públicas e sociais visando o atendimento integral das demandas do homem do campo. Isso tudo somado à necessidade de se adaptar às novas tecnologias do campo e da comunicação. “Nós, colaboradores do IDR Paraná, somos agentes de transferência de tecnologia, que levamos informação e conhecimento para o homem do campo”, definiu Fuentes.
Como salientou Passini, o IDR Paraná busca a mudança, a inovação e, para isso, utiliza a informação e o conhecimento gerado por seu corpo técnico para ajudar o produtor rural e o setor industrial a buscar soluções sustentáveis para os problemas do campo, uma tarefa nada simples pela dimensão da atividade agropecuária paranaense. “Toda mudança de comportamento é uma questão cultural, que requer um esforço grande de quem busca a mudança”, sentenciou Passini.
Fico feliz de trazer esse espaço de discussão e análise para meus alunos de agronomia e zootecnia que muito em breve estarão no mercado de trabalho tendo como uma de suas principais missões levar informação e conhecimento ao produtor ;)
*Lucas V. de Araujo: PhD em Comunicação e Inovação (USP).
Jornalista Câmara de Mandaguari, Professor UEL, parecerista internacional e mentor de startups.
@professorlucasaraujo (Instagram) @professorlucas1 (Twitter)