A diretoria do Itaú afirmou ontem que "está fora de cogitação" garantir estabilidade no emprego a funcionários do Banestado. O recado foi dado pelo diretor de Recursos Humanos do Itaú, Marco Antonio Sampaio, na primeira reunião feita com representantes do Sindicato dos Bancários de Curitiba. O encontro foi no Hotel Rayon e contou com a presença de dois executivos do Itaú, do presidente do Sindicato dos Bancários, José Daniel de Farias, e do presidente da CUT, Roberto van der Osten.
A garantia de emprego foi a principal questão que gerou a greve no Banestado nas duas semanas que antecederam o leilão de privatização. Eles pararam o trabalho para pedir estabilidade por pelo menos 18 meses, após a venda da instituição financeira.
Apesar da postura contrária do diretor do Itaú, o presidente do Sindicato dos Bancários de Curitiba disse ter saído da reunião com uma boa impressão. "Na questão da estabilidade somos antagônicos, mas temos muitos interesses em comum", admitiu. O Itaú concordou, por exemplo, em não descontar os 13 dias parados com a greve.
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Farias disse que um dos pontos em comum é a intenção de permanecer por mais tempo com a sede administrativa do Banestado no prédio do bairro Santa Cândida. Sampaio disse que os três meses previstos no contrato são poucos para desativar toda a estrutura. O prédio terá de ser cedido em comodato para o governo do Estado.
O diretor de Recursos Humanos disse ainda que será mantido o fundo de pensão do Banestado, o Funbep. Entretanto, a concessão de horas extras deverá ser revista aos poucos, sendo que há garantia de pagar o trabalho a mais neste mês. Cerca de 4,7 mil funcionários do Banestado trabalham duas horas a mais todos os dias.
Outra vantagem para os funcionários é a inclusão do Banestado nas negociações salariais da Federação Nacional dos Bancários (Fenaban). O que os bancos privados conseguirem de aumento e vantagens salariais, o Banestado também terá. Nos anos anteriores, o governo ficava de fora dos acordos trabalhistas.
Hoje, inclusive, haverá uma nova rodada de negociações entre a Federação dos Bancários e a Fenaban, em São Paulo. Os sindicalistas querem reajuste de 9,21% (inflação dos últimos 12 meses, segundo o INPC), enquanto os bancos propõem 5%. Eles querem ainda acabar com o anuênio, benefício que foi instituído há 39 anos.
Se não houver entendimento na reunião de hoje, os bancários ameaçam entrar em greve na próxima semana. Em Curitiba, a greve será decretada no dia 14, terça-feira.