O governador Jaime Lerner (PFL) estava ontem com discurso pronto para enfrentar os questionamentos sobre a crise no setor automobilístico do Paraná. Ele aproveitou sua visita às obras da futura fábrica de utilitários da Renault para fazer um balanço sobre a economia paranaense, que segundo Lerner deu um salto nos últimos anos. O governador negou que haja problemas nas montadoras e fornecedoras de veículos. "O episódio (da Chrysler) é comum numa sociedade industrial", declarou o governador, ao se referir ao anúncio da montadora de suspensão da produção em Campo Largo. Lerner posou para fotos e concedeu entrevista sentado dentro da caçamba do carro Master da Renault.
Munido com uma lista de dados econômicos do estado anotados num papel, ao qual ele recorria, Lerner relembrou os investimentos industriais no valor de R$ 25 milhões. "Conseguimos triplicar de R$ 21 para R$ 70 bilhões o PIB paranaense", anunciava. Para o governador, a notícia da Chrysler é "um caso isolado entre 600 novas indústrias" que chegaram ao Paraná.
O governador não aceita a hipótese de que a empresa pode encerrar por completo suas atividades no Brasil, como ocorreu em outras seis fábricas em todo o mundo. "Ela está apenas redirecionando sua linha de produção. Empresa não voa para fora do País de uma hora para outra. Os investimentos são sólidos", afirmou. Ele comentou ainda que a demissão de 350 funcionários na Volkswagen/Audi é um procedimento normal para se ajustar ao mercado.
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A presença de Lerner e assessores na visita às obras da Renault foi considerada uma estratégia para mostrar que o pólo automotivo está em expansão e não passa por dificuldades. Ele aproveitou para atacar políticos da oposição que acusam o governo de dar incentivos fiscais para empresas que não têm compromisso com o Estado. "As cassandras da oposição sempre trabalham contra o estado", disse.