Em meio a um programa de estímulo e capacitação à exportação que foi denominado como Promóvel pelo Ministério do Desenvolvimento, a indústria moveleira nacional receia perder mercado, nos próximos meses, em decorrência da crise que abalou o mundo após o atentado aos Estados Unidos. O presidente da Associação Brasileira da Indústria do Mobiliário, Domingos Rigoni, disse que é inevitável uma redução, ainda que pequena, no volume de exportação. A indústria de móveis exporta hoje 8% de sua produção, o que equivaleu a US$ 488,8 milhões no ano passado.
As vendas são consideradas tímidas, mas há uma meta de alcançarem US$ 2 bilhões até 2004. Os principais compradores são o Mercosul, Oriente Médio, Canadá e Itália. Os Estados Unidos ainda são um mercado fraco para a indústria moveleira nacional. No ano passado foram vendidos para os EUA apenas US$ 80 milhões, enquanto a China exportou US$ 2,5 bilhões e a Itália US$ 800 milhões para os norte-americanos.
"A indústria de móveis brasileira ainda não está madura para competir. Temos uma carga tributária muito alta", disse Rigoni. Ele e um grupo de empresários do setor estiveram em Curitiba para o lançamento do catálogo Coleção Brasil 2002, da Alternativa Editorial.
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Apesar do reduzido mercado internacional, ele está crescendo principalmente nos últimos anos. Somente em 2000 houve um aumento de 20% na exportação. Há 10 anos a indústria do mobiliário exportava 4% do que produzia. Hoje são 8%. Santa Catarina concentra metade da exportação nacional, apesar de ter o terceiro maior pólo moveleiro nacional.
A indústria do mobiliário no Paraná, que tem em Arapongas o segundo maior pólo nacional do setor, também está se abrindo para o mercado internacional. Das 450 fábricas no Norte do Estado, 30% já estão exportando. "O Paraná é o Estado que mais cresceu em exportação de móveis", afirmou o diretor-executivo do Sindicato da Indústria de Móveis de Arapongas, José Roberto Pontalli.
A exportação tem sido mais lucrativa para o setor, que com todos os encargos dá 35% a mais de lucro em relação às vendas internas. A indústria do mobiliário tem um lucro bruto em torno de 10%. Os móveis exportados pela indústria paranaense são basicamente para as classes B e C. Há um consenso de que é necessário investir em novos estilos e modelos.