Um projeto de lei de autoria do vereador Rony Alves (PTB) quer mudar o zoneamento de três lotes de terras localizados na zona leste de Londrina, ao lado do Aeroporto Governador José Richa. As áreas pertencem à antiga Indústria Têxtil Carambeí. A proposta quer transformar em zona comercial quatro (ZC-4) terrenos que, atualmente, são áreas industriais. Juntos, os lotes somam mais de 130 mil metros quadrados. Na justificativa do projeto, Alves argumenta que a mudança de zoneamento é necessária para que parte dos lotes receba o novo Centro de Convenções de Londrina.
"É importante frisar que dentre as áreas apontadas como viáveis para a implantação do Centro de Convenções, em um estudo feito pelo Londrina Convention & Visitors Bureau, esta é a única área que estaria disponível sem a necessidade de investimento financeiro por parte do Município para a aquisição da mesma", argumenta o vereador. O projeto integra a pauta da sessão desta quinta-feira (27) da Câmara, mas deve ser retirado por conta da ausência de Rony Alves. O vereador viajou para o Japão e só volta na próxima semana para a cidade.
O presidente do Instituto de Desenvolvimento de Londrina (Codel), Bruno Veronesi, destacou que a Carambeí se comprometeu a doar 16 mil metros quadrados das áreas ao município para a construção do Centro de Convenções. "O grupo se dispôs a ceder ao poder público parte dos lotes localizada ao lado do aeroporto, às margens da avenida Salgado Filho".
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Centro de Convenções
O estudo de viabilidade do novo Centro de Convenções foi apresentado pelo Londrina Convention em maio do ano passado. A construção do espaço, segundo o projeto, demanda investimentos de até R$ 30 milhões. "Temos a intenção de fechar uma parceria público-privada com uma empresa, que ficaria responsável pelas obras e exploraria o local depois para recuperar o dinheiro investido", contou Bruno Veronesi.
O presidente da Codel lembrou, ainda, que a falta de um Centro de Convenções fez a cidade perder investimentos significativos nos últimos anos. "Não temos um local adequado para receber eventos grandes, voltados para mais de 2 mil pessoas. A Embrapa Soja, por exemplo, está instalada em Londrina, mas precisa levar as grandes solenidades para fora da cidade por causa do problema".
A diretora executiva do Londrina Convention, Miriam Alves, destacou que só nos últimos três anos, Londrina perdeu 35 grandes eventos por causa da falta do Centro de Convenções. "Deixaram de vir para cidade 180 mil visitantes. Já a economia deixou de receber mais de R$ 115 milhões", listou. Cerca de R$ 50 milhões do total, segundo ela, iriam ser gastos no comércio e em alimentação pelos visitantes.
Miriam destacou, ainda, que se o município contasse com o centro, conseguiria, em cinco anos, aumentar a economia local em R$ 165 milhões. "Deste valor, R$ 10 milhões viriam em impostos municipais. Sem contar o número de visitantes, que ultrapassaria em 200 mil", completou.
A diretora acredita que o Centro de Convenções pode mudar o perfil de Londrina. "A área de turismo de negócios só tem a ganhar."
Questionada sobre prazos para a construção do espaço, Miriam Alves contou que o Londrina Convention já recebeu diversas propostas de interessados em parcerias, mas nenhuma ainda "palpável". "Enquanto não tivermos nada concreto, vamos continuar indo atrás de interessados", garantiu.