Economia

Paraná aproveita cultivos de flores em campos para promover atividades turísticas

19 jan 2021 às 14:27

Os turistas que chegam ao Paraná são tomados pelas ruas floridas, com os famosos ipês e praças coloridas, em Curitiba e Maringá, e os girassóis na Avenida Robert Koch, em Londrina. O aspecto floral pela maioria dos espaços públicos no local deve-se ao fato de que o estado é o quarto maior produtor de flores do Brasil, segundo Paulo Andrade, engenheiro agrônomo e técnico do Departamento de Economia Rural (Deral) da Secretaria de Estado da Agricultura e Abastecimento.


De acordo com Andrade, mais de 100 espécies são cultivadas no Paraná, sendo uma função presente em 108 municípios e envolvendo, aproximadamente, 900 agricultores. Na região, as principais regiões de cultivo estão localizadas em Marialva – com um faturamento registrado de R$ 21,2 milhões em 2019 –, São José dos Pinhais – R$ 19,4 milhões –, Campina Grande do Sul – R$ 16 milhões –, Cascavel – R$ 9,7 milhões –, Uniflor – R$ 5,1 milhões –, entre outras.


"Ainda que seja uma participação pequena, é um setor que representa um mercado importante em alguns municípios. É uma forma importante de diversificação da produção, que ajuda principalmente os pequenos produtores”, observa o técnico.


Por conta do alto índice de espécies e procura por paisagens que os campos de cultivo recebem, os pequenos produtores também recebem os visitantes – em sua maioria, turistas – em suas propriedades. O comportamento auxiliou no fomento ao turismo no estado, já que pessoas de todo o Brasil se deslocam anualmente para visitar os campos de flores paranaenses
e as floriculturas de Curitiba, Londrina, Marialva, entre outras cidades.


Por conta da diversidade de plantio, os visitantes que viajam com a vontade de conhecer os campos específicos de uma espécie buscam aterrissar na cidade com maior representatividade nas flores. Esse é o caso de Maripá, popularmente conhecida como "a cidade das orquídeas”, por seus extensos campos de cultivo da planta.


Receita em 2020
Com o início da pandemia, a queda do turismo e o cancelamento de eventos, como casamentos, formaturas e aniversários, a receita bruta da venda das flores despencou em 90%, de acordo com o Ibraflor (Instituto Brasileiro de Floricultura). No período, as únicas oportunidades de aumento do faturamento eram as compras realizadas pela internet, especialmente em datas comemorativas, como o Dia das Mães.


"O setor foi seriamente afetado nos primeiros meses da pandemia, principalmente quem trabalha com flores de corte, que são aquelas usadas em eventos. De repente, parou tudo, não havia para quem vender”, afirma Andrade.


Antes, os faturamentos dessa atividade estavam batendo recordes. Em 2019, a produção atingiu o maior resultado dos últimos dez anos, com R$ 170,1 milhões gerados de renda bruta – alta de 29% em relação a 2018.

Para 2021, as perspectivas quanto a viagens, vendas para grandes eventos e unitárias são otimistas, principalmente no contexto da vacinação da população.


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