O Paraná vem ampliando a produção e se consolidando como o maior produtor de malte no país, a matéria-prima para a indústria cervejeira proveniente da cevada. O Estado abraçou a produção de cevada em função do clima propício para a cultura e, desde 2008, superou o Rio Grande do Sul em oferta de grãos de cevada em território nacional.
“Essa produção, aliada às importações e à crescente ampliação da capacidade industrial de produção de malte paranaense, tem sido determinante para que a cultura seja cada vez mais presente nos campos paranaenses”, destaca Carlos Hugo Winckler Godinho, analista do Deral – órgão ligado à Seab (Secretaria Estadual de Agricultura e Abastecimento).
Outro ponto que favorece é a proximidade a grandes cervejarias, provocando a redução do custo logístico – Ponta Grossa abriga plantas de duas gigantes do ramo (Ambev e Heineken), que também ampliaram recentemente as suas unidades. O Paraná conta hoje com duas maltarias comerciais: a Agrária Malte, localizada no distrito de Entre Rios, em Guarapuava, e a recém-inaugurada Maltaria Campos Gerais, em Ponta Grossa.
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Investimento
A Maltaria Campos Gerais conta com um investimento de R$ 1,6 bilhão, realizado pelas cooperativas que fazem parte do projeto de intercooperacão que deu origem à maltaria: Agrária, Bom Jesus, Capal, Castrolanda, Coopagrícola e Frísia. Juntas, as cooperativas contam com 13 mil cooperados. A capacidade é de produzir 240 mil toneladas de malte ao ano. “A Maltaria possui contratos firmados com AmBev e Heineken, mas a produção atenderá diversas cervejarias do território brasileiro, incluindo micros e pequenos negócios”, destaca Rodrigo Lass, gerente de Marketing e Estratégia da Cooperativa Agrária. Com a entrada do mercado da nova maltaria, quatro em cada dez cervejas produzidas no país têm malte produzido no Paraná.
História
A Agrária Malte, por sua vez, está em atividade desde 1981. Essa planta e a Maltaria Campos Gerais absorvem a produção dos cooperados e de produtores que trabalham em áreas de fomento para produção de cevada. “Na Maltaria Campos Gerais é fabricado apenas o malte Pilsen. Já na Agrária Malte o maior volume de produção é de Malte Pilsen, mas também são fabricados outros tipos, como Vienna, Munique e Pale Ale. Essa produção é utilizada em todo o Brasil.”
Apesar da produção robusta, o Anuário da Cerveja, estudo divulgado pelo Ministério da Agricultura e Pecuária, aponta que cerca de 50% do malte utilizado pela indústria cervejeira do Brasil é importado. “Antes de pensar na diminuição do preço para o consumidor final, nossa intenção é ampliar o uso de matéria-prima originada no Brasil, começando com o plantio da cevada”, destaca o gerente.
Rodrigo Lass acrescenta que a recém-inaugurada Maltaria Campos Gerais é um projeto em que a sustentabilidade foi priorizada, tanto no sistema de captação de água (que devolve o líquido utilizado para o meio ambiente em condições melhores do que ele foi retirado), quanto na parte energética, priorizando o uso de fontes sustentáveis como energia elétrica e energia térmica produzida por meio de biomassa.