O governo do Paraguai iniciou a transferência de parte de sua movimentação de importação e exportação do Porto de Paranaguá para o Porto de Santos. Pelo terminal paulista será escoada carne congelada destinada aos países da África, Ásia e Oriente Médio.
O primeiro passo foi dado nesta quarta-feira, quando a Companhia Docas de São Paulo (Codesp) cedeu um armazém e uma área portuária de 3,4 mil metros quadrados para as operações de contêineres e cargas sólidas para os paraguaios.
Segundo a Administração Nacional de Navegação e Portos do Paraguai (ANNPP) - estatal que regulamenta atividades portuárias - Santos tem um custo 40% inferior a Paranaguá.
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O termo de cessão foi assinado pelo diretor-presidente da ANNPP, Milcíades Rabery, e pelo presidente da Codesp, Fernando Vianna. Rabery afirmou que pretende criar um entreposto para as cargas paraguaias que sejam exportadas ou importadas por Santos. O terminal será o terceiro entreposto do Paraguai no Brasil. Há um em Paranaguá e outro no Rio Grande do Sul.
A concessão em Santos tem uma validade de dez anos com possibilidade de prorrogação por mais dez. Segundo a assessoria de imprensa da Codesp, as cargas paraguaias ficarão sujeitas à fiscalização da aduana brasileira.
Não está nos planos do governo paraguaio mudanças no escoamento de soja, que continua sendo feito pelo porto paranaense, considerado o maior terminal graneleiro do País. A principal mudança se dará nas operações com contêineres. Hoje são exportados por Santos 200 contêineres, enquanto em Paranaguá são 600 por mês.
Segundo a ANNPP, o Porto de Santos tem potencial para atrair até 50% das cargas que são escoadas por Paranaguá. Para estimular os negócios por Santos, o governo paraguaio pretende fazer uma campanha no País entre as empresas exportadoras para que optem pelo terminal portuário santista. O programa é para mostrar que Santos é mais barato do que Paranaguá.
Uma das vantagens colocadas pela ANNPP está no transporte das cargas do Paraguai até Santos. Parte do trajeto se dará pela hidrovia Tietê-Paraná. Os produtos seguirão até Piracicaba e depois vão de trem até Santos. No Estado do Paraná, a opção das empresas paraguaias são as estradas, que ficaram mais caras desde a instalação das praças de pedágios.