O presidente do Sindicombustíveis (sindicato que reúne donos de postos no Estado), Roberto Fregonese, disse ontem que o aumento da porcentagem de álcool na gasolina, autorizado pelo governo federal, deverá reajustar em 2,7% o preço do produto no atacado, mas este aumento não será repassado ao consumidor. Na refinaria, o custo do litro de gasolina é de R$ 1,54, enquanto o de álcool é de R$ 0,62.
O decreto 3.824, assinado anteontem pelo presidente Fernando Henrique Cardoso, autorizou as refinarias a aumentar - dos anteriores 20% para 22% - a participação do álcool na gasolina. A composição da mistura oscila conforme a oferta de álcool no mercado interno e a necessidade de reduzir a importação de petróleo. Já chegou a 26%. "É a reserva de mercado dos usineiros", disse Fregonese. O Sindicombustíveis reúne donos de 2,4 mil postos no Paraná.
Para Evaldo Koster, diretor do Sindicato das Empresas de Reparação de Veículos da Região Metropolitana de Curitiba (Sindirepa), a gasolina com maior teor de álcool é prejudicial a veículos mais antigos, com carburador. Segundo ele, pode ocorrer corrosão nas peças do carburador, no tanque, bomba e dutos de combustível.
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Outros problemas possíveis nesses carros, de acordo com Koster, são queda do desempenho e dificuldade de partida, principalmente nos meses mais frios. Ambientalmente, a medida é saudável, já que o álcool é menos poluente que a gasolina.
Veículos com sistema de injeção eletrônica, fabricados no Brasil a partir de 1995, já tiveram os motores projetados para trabalhar com gasolina com até 24% de álcool. O Sindirepa reúne 5,5 mil oficinas na Região Metropolitana de Curitiba.