O Procon do Paraná encontrou uma maneira diferente de comemorar o Dia Internacional do Consumidor. Nesta sexta-feira, a coordenadoria paranaense promove na Boca Maldita, em Curitiba, a peça "Um Dia no Procon", que vai mostrar com humor que o direito do consumidor é coisa séria.
A peça será encenada pelo Grupo Lanteri em quatro sessões, às 12h, 14h, 16h e 18h. "A idéia é mostrar cenas que acontecem no cotidiano do Procon", explica o coordenador Naim Akel Filho. O grupo Lanteri, que faz todo ano o auto de Natal e a Paixão de Cristo em Curitiba, passou um período observando o atendimento feito pelo Procon. Dessa observação saiu o texto da peça, que também marca os 11 anos do Código de Defesa do Consumidor.
O secretário estadual de Justiça, José Tavares, incentivou a iniciativa. "A cidadania plena começa com o discernimento de responsabilidades e direitos. Esta é uma forma de ampliar a consciência do consumidor paranaense."
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O coordenador do Procon e uma equipe de atendentes vão acompanhar as apresentações e esclarecer o público sobre a importância do código de defesa do consumidor, que será distribuído no local. A Associação Paranaense de Supermercados (Apras) também apoia a iniciativa.
Segundo Naim Akel Filho, o Procon quer levar a peça às principais cidades paranaenses. "Estamos buscando parceria para viabilizar esse projeto. Nosso objetivo é começar a viajar com a peça, que é uma campanha de esclarecimento, imediatamente." O coordenador pretende colocar o grupo Lanteri na estrada logo após a primeira quinzena de abril, quando acontece o 5º Encontro Estadual de Procons.
A PEÇA - HISTÓRIAS SÃO BASEADAS EM CASOS REAIS
A peça "Um Dia no Procon" é dividida em várias cenas, com histórias diferentes de problemas enfrentados pelo consumidor. Todas são baseadas em casos reais e trazem orientações de como proceder para garantir seus direitos. Estes são alguns exemplos:
Cena I - "O furto no estacionamento"
O atendente do Procon recebe o telefonema de um rapaz que foi ao cinema com a namorada e teve seu carro roubado no estacionamento. O Procon informa que o estacionamento é responsável e orienta o consumidor a fazer um boletim de ocorrência na delegacia e depois abrir uma queixa no Procon, exigindo o ressarcimento.
Cena II - "O pai-de-santo"
É a história de um consumidor que pretende processar um pai-de-santo que prometeu resolver sua vida, exigiu uma grana alta e depois do prazo para a "solução", nada aconteceu. O atendente escuta a história e no final explica que sem uma nota fiscal, que comprove a relação comercial, não há o que fazer.
Cena III - "Telefonema II"
Uma consumidora recebeu um livro pelo correio sem fazer a solicitação. O atendente diz que quem recebe um produto sem ter pedido não tem obrigação nenhuma de pagar.
Cena IV - "A cobertura do vizinho"
Divertida história de um consumidor que " emprestou" seu cachorro para cruzar com a cadela pertencente à sua vizinha e não recebeu um filhote quando nasceu a ninhada. O Procon diz que como não há contrato formalizado não pode fazer nada.
Cena V - "Seguro obrigatório"
Uma senhora vai ao Procon e é orientada a não assinar um contrato de seguro de vida como condição para que o banco faça um empréstimo pessoal. A situação caracterizada é de venda casada, o que é crime.
Cena VI - "Telefone III"
O atendente do Procon orienta o consumidor a dialogar com a gerência de um estabelecimento que prometeu um produto por preço reduzido e, ao chegar lá, o produto estava em falta.
Cena VII - "Dois anos de casamento"
Um casal reclama de compras que não deram certo e o pior: eram presentes de aniversário de casamento. Calcinhas que viraram trapo, camisas que encolheram e roupas que soltam tinta e ficam desbotadas são abordadas nessa cena muito divertida.