Cerca de mil funcionários da montadora Renault concordaram em assembléia com a proposta apresentada pela empresa para a Participação nos Lucros e Resultados (PLR) da empresa, no valor de R$ 2 mil por trabalhador, considerando-se uma produção de 96 mil veículos. No dia 13 de junho os empregados, tanto os da linha de montagem como os da administração, vão receber a primeira parcela, no valor de R$ 1 mil.
A Renault possui atualmente 2,7 mil empregados. Para o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos da Grande Curitiba, Núncio Mannala, a conquista do benefício foi importante. "A categoria estava brigando por R$ 2.750,00, mas está bom, se fizermos uma comparação", afirmou.
Segundo Manalla, a Fiat, com sede em Minas Gerais, está oferecendo uma PLR no valor de R$ 2.550,00, para uma produção de 430 mil carros. Ele também citou a Volkswagen, de São Paulo, que deve pagar R$ 2.200,00 por funcionário, sendo que a produção é de 430 mil veículos. O valor de R$ 2 mil pago pela Renault corresponde a R$ 0,02 por carro produzido.
Leia mais:
Bancos restringem oferta de empréstimo consignado do INSS
Prefeitura de Londrina vende mais quatro lotes da Cidade Industrial
Brasil fica em 46º lugar de ranking de competitividade com 66 países, diz novo índice
Planos de saúde que viraram alvo do governo lideram lucros em 2024
"Se mantivermos esse patamar, teremos um valor considerável", disse Manalla. No acordo está previsto um acréscimo em caso de produção superior a 96 mil carros.
Outra conquista que os trabalhadores conseguiram, segundo o presidente do sindicato, foi a instalação de um programa de reabilitação para as pessoas que contraíram alguma doença de trabalho dentro da Renault. Esses empregados não eram demitidos, mas sim remanejados dentro da montadora para outras funções, como serviços gerais.
"Eles não estavam satisfeitos com isso, tinham medo de ficar nessa função o resto da vida", conta Manalla. Agora eles vão ser reabilitados, por uma comissão bipartide de saúde, com representantes da Renault e do sindicato, e poderão fazer qualquer trabalho dentro da montadora.
Durante a assembléia, os funcionários também votaram pela adoção do banco de horas, que terá vigência de seis meses a partir do dia 1º de junho. Para o representante dos funcionários da Renault, Paulo Pissinini, foi muito importante os acordos feitos com a montadora, porque a situação econômica no Brasil gera insegurança ao trabalhador. "Por causa da crise na Argentina, do dólar, e até do apagão, a gente poderia ter problemas sem nenhuma garantia. Mas a gente conseguiu isso", opinou.