A Polícia Federal de Marabá (sudeste do Pará) vai indiciar por lavagem de dinheiro e formação de quadrilha os envolvidos no transporte de 1,1 milhão apreendidos dentro de um avião em Parauapebas, no dia 2 de outubro passado. O dinheiro, segundo depoimento de uma mulher que pegou carona no avião e ajudou a carregar uma das três mochilas com os valores, seria supostamente destinado à compra de votos e à boca de urna, no dia da eleição, 7 de outubro, em favor do candidato do PT à prefeitura do município, José das Dores Couto, conhecido como Coutinho. Ele perdeu a eleição para o candidato do PSDB, Valmir da Integral, por uma diferença de vinte mil votos.
O delegado Antonio Carvalho, porém, não tem como indiciar os acusados por crime eleitoral, incluindo o dono do dinheiro, um empresário de Parauapebas, porque não houve flagrante do delito, o que só poderia ocorrer no dia da eleição. Quem montou a operação para que as Polícias Civil e Militar apreendessem o avião com o dinheiro foi o juiz da comarca do município, Líbio Moura. Para o delegado, a ação foi precipitada, pois a PF deveria ter sido avisada para monitorar os envolvidos até o dia da eleição e flagrar o crime eleitoral.
A PF já tomou os depoimentos de cinco pessoas, três delas logo depois da apreensão do avião - Adinaldo Correa Braga, preso em companhia da esposa Rosângela Noronha Machado Braga e do piloto de avião Lucas Silva Chaparra. Um funcionário da Secretaria de Saúde de Parauapebas e o dono de uma empresa local que aluga tratores e alega ser o dono do dinheiro apreendido, também depuseram, estes no dia 9 passado.
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O dono de uma empresa de engenharia que teria efetuado pagamento milionário pelo aluguel de tratores e um coordenador de campanha do Partido dos Trabalhadores (PT) no município, embora intimados, não compareceram. O advogado do empresário que não apareceu para depor disse que seu cliente estava com "problemas de saúde".