Dados da Companhia de Habitação (Cohab) de Londrina dão conta de que 11 mil famílias precisam de moradias. Por outro lado, o presidente da companhia de Londrina e da Associação Brasileira de Cohabs (ABC), Carlos Eduardo Afonseca, acredita que o déficit habitacional no País - estimado em 6 milhões de moradias - não seria resolvido em menos de 10 anos, mesmo com políticas agressivas de investimentos no setor.
No meio deste impasse, encontram-se famílias como a do desempregado Manoel Francisco Bueno, que mora com a esposa e dois filhos em um barraco de 20 metros quadrados, instalado em uma favela do Jardim União da Vitória (Zona Sul). Alternativas emergenciais para situações como esta foram debatidas nesta quarta-feira no 1º Workshop Internacional sobre Habitação Emergencial, promovido pelo Departamento de Arquitetura da Universidade Estadual de Londrina (UEL).
"A moradia emergencial tem essa proposta: tirar de forma rápida as famílias dos assentamentos, invasões e favelas", explica o coordenador do workshop, Jorge Daniel de Melo Moura.
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Destinadas à famílias com renda entre zero e três salários mínimos, as casas populares da Cohab têm 29 metros quadrados e, segundo a dona de casa Luciana da Silva, já oferecem um mínimo de dignidade. ''Saímos do aluguel, quando pagávamos R$ 100, e agora estamos comprando nossa casa por R$ 31 ao mês, durante 13 anos. Só de saber que isso aqui é nosso, nem me incomodo com o aperto'', diz ela, moradora do Conjunto Jamile Dequech (Zona Sul). O aperto a que Luciana se refere é o ''jeitinho'' com que instala os três filhos na sala de casa, enquanto dorme com o marido no único quarto.
Depois do seminário, o grupo de 50 pessoas irá desenvolver um projeto arquitetônico e iniciar a execução de um protótipo habitacional com uma área de 30 metros quadros, dentro da UEL. O trabalho deve durar um mês.
Da Folha de Londrina