Centenas de pessoas participaram neste sábado, em Londrina, de uma mobilização contra a PEC-37. Promotores, representantes de associações, líderes de entidades e vereadores de Londrina estiveram presentes na caminhada que percorreu o trecho do Calçadão até a Concha Acústica, na praça Primeiro de Maio.
A Proposta de Emenda Constitucional que tramita na Câmara dos Deputados, em Brasília, quer retirar o poder de investigação do Ministério Público e restringir a função às polícias civil e federal.
Na manhã deste sábado, o movimento coletou assinaturas para tentar impedir a tramitação da proposta. De acordo com o promotor Claudio Esteves, mais de 30 mil pessoas já assinaram o documento em Londrina nas últimas semanas. O Ministério Público também promove manifestações em outras cidades do Paraná.
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O promotor Renato de Lima Castro contou que a intenção é "formar um movimento multiplicador para transmitir a ideia de que a PEC só vai homenagear os corruptos". Para ele, "os defensores da PEC são pessoas investigadas pelo MP, beneficiadas de forma direta ou indireta ou que possuem algum interesse de classe".
O prefeito de Londrina, Alexandre Kireeff, também compareceu e reforçou o discurso contrário à PEC. Com faixas e camisetas, promotores e representantes de movimentos populares explicaram os motivos para a manifestação.
A estudante Caroline Takiguchi, de 15 anos, estava entre os participantes que acompanharam os discursos. Ela soube da Proposta de Emenda Constitucional nesta semana e resolveu comparecer ao ato público. "É preciso investigar todas as irregularidades. Pouca gente sabe o que a aprovação dessa PEC pode representar". Ao falar sobre o assunto, ela também conseguiu a atenção da amiga que, agora, é contrária à proposta. Para a estudante Natália Goulart, de 15 anos, "o povo precisa participar dessa discussão".
A aposentada Maria Prestes, de 74 anos, fez questão de assinar o documento. "A gente precisa combater os ladrões da política para tentar algum resultado", desabafou a manifestante.
Já o filósofo e teólogo, Marcelo Oliveira de Rezende, destacou que o Ministério Público "tem a obrigação de investigar". Para ele, o movimento é legítimo e constitucional, mas a discussão precisa ser mais aprofundada e ir além da definição sobre quem deve assumir o papel de investigar. "E o resultado dessas investigações? É impossível falar na melhora no país sem uma reforma no Judiciário, uma reforma ética e moral. O Judiciário é tão corrupto quanto a política", concluiu.
Após a caminhada pelo Calçadão e os discursos no palco da Concha Acústica, duas bandas se apresentaram no local. Uma delas tem como integrante o promotor de Astorga, Lucílio de Held Júnior. O grupo Luke de Held Trio tocou clássicos do rock, como Legião Urbana. "O rock também surgiu como forma de contestação. O rock e a cidadania estão muito interligados", disse o promotor minutos antes da apresentação.
No domingo, a mobilização recomeça em Londrina às 15h próximo ao Estadio do Café. Quem passar pelo local vai receber adesivos e explicações sobre a PEC-37.