A cesta básica custa para o trabalhador londrinense R$ 139,11, ou 57,97% do salário mínimo, segundo aferição realizada nesta quarta-feira pela reportagem nos principais supermercados da cidade.
Comparando o levantamento de preços com pesquisas feitas em maio pelo Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Sócio-Econômicos (Dieese) em 16 capitais, a cesta londrinense coloca-se entre as mais baratas do País. Em relação às pesquisadas, a de Londrina só é mais cara que a de João Pessoa (PB), que custa R$ 138,35.
Os gêneros de primeira necessidade em Londrina são aproximadamente 21% mais baratos do que em São Paulo, capital com a cesta básica mais cara do Brasil (R$ 175,95), e 15% mais baratos do que em Curitiba (R$ 163,53). Com base nestes valores, estima-se que o custo diário com alimentação para um trabalhador com renda mínima em Londrina seja de R$ 4,64.
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Apesar de estar entre as de preço mais baixo do País, a cesta básica em Londrina também desconfigura o salário mínimo, pois o restante do vencimento disponível torna virtualmente impossível o cumprimento de direitos do trabalhador com moradia, higiene e educação, conforme prevê o artigo 7 da Constituição brasileira.
O preço da cesta básica em Londrina poderia ser ainda mais baixo, não fosse pelas constantes altas do arroz, gênero do qual o consumidor mais tem reclamado. Segundo consumidores consultados pela reportagem, os últimos quatro meses foram o período em que mais se percebeu a alta do produto.
Outros itens citados pelos entrevistados como problemas para o orçamento doméstico são o feijão e o óleo comestível. Na pesquisa de preços, verificou-se que o quilo do arroz em Londrina custa, em média, R$ 1,99. O litro do óleo de soja custa R$ 2,00, e o quilo do feijão, R$ 2,32.
A vendedora autônoma Marileuza Martins, 51 anos, faz parte da grande parcela do consumidor que reclama do preço do arroz: ''Um produto de lavoura poderia ser mais ascessível''. Marileuza explica que não pode subustituir o produto, pois nada atende às necessidades de alimentação como o arroz e o feijão. ''A diferença é que o feijão é consumido em quantidades bem menores, então não chega a pesar'', diz. Marileuza também reclama do preço do óleo de cozinha. ''Pago cerca de R$ 2,60 no litro e acho muito caro''.
A dona de casa Léa Bernardes, 54, lembra que o preço dos produtos da cesta básica já foram maiores. ''Percebi uma pequena queda. Mas o problema é que quando sobe, sobe muito'', afirma.