Quem precisou "pular" cedo da cama nesta terça-feira (24) teve que reforçar a roupa para aguentar a manhã gelada de Londrina. Com o dia mais frio do ano, a cidade registrou a mínima de 2,6°C e uma sensação térmica abaixo de zero, com -2,2°C às 5h15, de acordo com o Simepar (Sistema de Tecnologia e Monitoramento Ambiental do Paraná). Durante a madrugada as rajadas de vento chegaram a 52,5 km/h.
A temperatura mínima de 2,6ºC foi registrada entre 7h e 8h. O recorde anterior neste ano foi em 29 de maio, quando a mínima chegou a 4,6°C.
Agrometeorologista do IDR-PR (Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná), Angela Costa aponta que o frio está dentro da normalidade para a estação, já que o inverno começou no dia 20 de junho. Durante a manhã e tarde, ela destaca que a temperatura deve subir, com máxima de 13°C entre às 14h e 15h. Com o fim da tarde e o pôr do sol, a temperatura volta a cair novamente.
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Apesar da friaca nesta terça-feira, a quarta (25) promete ser ainda pior, com a previsão de uma mínima na casa dos 2°C. Na região, ela garante que não foi registrado até o momento nenhum foco de geada, mas que não descarta a possibilidade para esta quarta-feira, já que o dia deve ficar ainda mais frio pela manhã. Apesar da manhã gelada, a máxima deve ficar um pouco mais elevada, próxima dos 16°C.
Na metade Sul do Estado, vários municípios registraram temperaturas negativas nesta terça-feira, de acordo com o Simepar. "Destaque para Palmas, -5,0 ºC e sensação térmica de -12,5 ºC , em Curitiba 1,2 ºC com sensação térmica de -5,5 ºC", observa o meteorologista Paulo Barbieri.
Em Londrina, as temperaturas devem começar a subir a partir de quinta-feira (26), já que a chuva retorna. Entre a quinta e a sexta-feira (27), a previsão é de pelo menos 35 milímetros e com as mínimas e máximas variando entre 16°C e 24°C. Em junho, já choveu até agora 120 milímetros, quantidade superior à média histórica, que é de 91 milímetros. “É o primeiro mês do ano que nós atingimos e até ultrapassamos a média, já que nos últimos cinco meses ficamos abaixo da média climatológica”, explica.
Frio atrapalha quem precisa trabalhar
O frio divide opiniões, já que uns afirmam gostar e outros deixam claro a reprovação com as temperaturas mais baixas, principalmente para quem precisa trabalhar na rua, como entregadores, garis e vendedores ambulantes. Para alguns, a única forma de aquecer o corpo é com um copo de café bem quente e alguns minutinhos no sol.
Rafael Soares Couto, 37, é entregador autônomo e afirma que odeia o frio, já que o vento chega a machucar a pele. “A gente tem que se agasalhar bem, colocar proteção no guidão da moto, colocar luva, touca e o que mais tiver para se livrar do frio”, explica. Nas pausas, ele aproveita para tomar um café ou um chocolate quente para amenizar o frio e aquecer o corpo.
Com a temperatura baixa, ele diz que a melhor alternativa para quem precisa trabalhar com motocicleta é usar uma capa de chuva, já que ela ajuda a bloquear o vento. “Mas o que mais sofre é a mão”, garante, complementando que é necessário usar o combo de luva e proteção.
Nesta terça, Couto começou a trabalhar por volta das 7h30, momento em que a temperatura estava em 2,6°C, e afirma que a sensação é de como se estivesse congelando. “A gente pensa duas vezes, mas tem que levantar da cama, não tem outro jeito”, conta, afirmando que, independente do clima, os boletos sempre chegam.
Um ambulante que comercializa seus produtos no centro de Londrina, que prefere não ser identificado pela reportagem, também lamenta o frio, já que o número de clientes cai. Além disso, ele afirma que é difícil permanecer parado em um único local, principalmente durante a manhã, quando o sol ainda não alcançou o carrinho. “Mas tem que vir trabalhar para levar o sustento para casa”, reforça.
Um grupo de garis que varria o Calçadão de Londrina por volta das 9h reclamava do frio. Os trabalhadores não quiseram gravar entrevista com a reportagem, mas relataram que é difícil trabalhar por conta do vento gelado que faz as mãos doerem.
No quentinho do forno
Balconista de uma padaria no Mercado Municipal Shangri-lá, na zona oeste de Londrina, Vanessa Monteiro de Paula, 45, também diz odiar o frio, mas aproveita para dar uma passadinha ora ou outra ao lado do forno que assa os pães. Mas por conta do movimento de clientes, ela garante que não sobra muito tempo para se esquentar. “Ali é bem mais quentinho”, confirma. Ao colocar os pés para fora do mercado, a diferença na sensação térmica é notável. “Eu acho até que faz mal”, opina, em relação ao ‘choque térmico’ do aconchego da padaria para o ar fresco de fora.
Ivanete Aparecida Machado Martins, 45, também é balconista em uma lanchonete no centro de Londrina e conta que gosta de ficar mais próxima do fogão nos dias mais frios. Ela explica que reveza as funções com uma colega, então se divide entre o balcão e a fritadeira. Algumas vezes, dá um pulinho no sol para ajudar a aquecer, já que tem um problema na coluna e a dor aumenta com o frio.
