Alvo da Auditoria do Município, que mês passado apontou irregularidades administrativas por parte da Associação da Criança e do Adolescente de Londrina (Acalon), e da Secretaria Municipal de Assistência Social, que semana passada apresentou ao Estado a proposta de municipalizá-la, a Escola Oficina pode também deixar de atender parte de seu público, por recomendação da Secretaria Municipal de Educação.
Localizada no conjunto João Paes (zona Norte), a entidade atende crianças e adolescentes dos sete aos 18 anos considerados em situação de risco. Segundo a proposta defendida pela secretária municipal de Educação, Magda Tuma, a meta é que o local se volte apenas à educação de jovens e adultos. ''Acho que crianças abaixo dos 14 anos não devem ficar lá integralmente, e, sim, na educação regular'', afirmou.
De acordo com ela, durante uma visita ao local, na última quinta-feira, foram verificados não só o alto índice de alunos ausentes (''dos 140 que deveriam ser atendidos, encontrei no máximo uns 50''), como também alunos mais velhos inseridos nas séries iniciais. A difuculdade, ela diz, pode ter origem no projeto pedagógico utilizado. ''Está na hora de se repensar esse plano. Não percebi um envolvimento grande do público atendido, e a solução desse problema é qualidade imprescindível em um educador'', sentenciou, garantindo que se a modalidade de ensino mudar, outras escolas do município terão condições de receber os estudantes que saírem.
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Magda informou que a proposta da secretaria será apresentada à Assistência Social e à Acalon ainda esta semana, quando deve ser concluído um levantamento do perfil de cada aluno.
Por outro lado, a secretária municipal de Assistência Social, Maria Luiza Rizotti, considera que, caso a Escola seja municipalizada, outras mudanças precisam ser implementadas. A começar pela potencialização do espaço físico do prédio (cedido pela prefeitura) e pela diversificação nas oficinas, que serão ofertadas ''preferencialmente para adolescentes acima de 14 anos e comunidade''. ''Em três momentos diferentes, implantaremos oficinas de motivação com atividades arte-educativas, esportivas e profissionalizantes, acompanhadas por um trabalho de formação ética'', explicou.
A secretária reiterou a proposta da Educação, argumentando que ''não faz sentido'' a faixa dos sete aos 13 anos permanecer no meio, o qual, para ela, é erroneamente classificado. ''Quando se fala 'público de risco', já há discriminação'', acredita.
Para as modificações serem implementadas, entretanto, a Escola depende de pronunciamento do Estado, que está analisando a proposta de municipalização recebida. O presidente do Instituto de Assistência Social do Paraná (Iasp), José Wilson de Souza, informou, por meio de sua assessoria, que ainda não há uma previsão para qualquer decisão que venha a ser tomada. Em entrevista à Folha no mês passado, porém, ele adiantou que a Acalon tinha quase total possibilidade de ser extinta.
Inicialmente contrária à encampação, a Acalon já reviu seu posicionamento. ''Concordamos, desde que seja feito um acordo em prol não só dos alunos, como também dos funcionários'', declarou a diretora da entidade, Sônia Scalassara.