Pesquisar

Canais

Serviços

Publicidade
Publicidade
Publicidade
Em Londrina

Fim da Escola de Circo pode destruir sonhos

Lucas Emanuel Andrade - Redação Bonde
22 jan 2011 às 09:47

Compartilhar notícia

- Escola de Circo
siga o Bonde no Google News!
Publicidade
Publicidade

Desde esta sexta-feira (21), a Escola de Circo de Londrina vive um dilema inédito: sem receber recursos do munícipio, já que todos os projetos enviados ao Promic foram reprovados, o projeto vê pela primeira vez a possibilidade de ficar sem espaço.

Longos anos de história necessitam de uma rápida solução, pois histórias fascinantes não merecem ser interrompidas. Em conversa com três alunos e uma mãe é possível concluir os benefícios que a escola proporcionam aos alunos. Histórias como a de Luiz Gustavo, que foi reencontrar um ex-companheiro de aula em um centro de reabilitação.

Cadastre-se em nossa newsletter

Publicidade
Publicidade


Ou a de Gisele, que de Londrina foi parar na Escola Nacional de Circo. A de Thabata, que diz que os alunos da escolha são tratados como estrelas em apresentações fora da cidade. Mas há também a de Maria, ou a mãe do Artur, que com toda convicção diz o filho estará no Cirque du Soleil. Para isso, ela e toda a família largaram tudo e, pelo filho, vieram morar em Londrina.

Leia mais:

Imagem de destaque
Início em 24 de março

UEL aprova calendário de graduação para 2025

Imagem de destaque
No pátio do Bar do Japa

Evento "Mulheres na Roda de Samba" também acontece em Londrina

Imagem de destaque
Treinamento

Londrina EC aposta em pré-temporada como diferencial em 2025

Imagem de destaque
Risco de tempestades

Final de semana será de tempo instável e chuvas em Londrina e região


Luiz Gustavo, 20 anos: "Tem aluno que vem direto para cá, sem mesmo almoçar e às vezes não tem dinheiro nem para o passe do ônibus. O interessante é que se esse mesmo aluno cometer um um assalto ele vai ser encaminhado a um centro de socieducação e lá vai receber refeições, terá mais atenção". A constatação de Luiz é com base em uma história real. Em 2003, iniciou no projeto junto com um outro rapaz da mesma idade. Pouco tempo depois, o tal aluno não apareceu mais na aula, mas Luiz continuou e começou a ganhar destaque na escola. Certo dia, durante aula no Centro Integrado Atendimento Ao Adolescente Infrator (Ciaadi), Luiz e o ex-aluno se encontraram. Ele estava lá após ter cometido um assalto. Após cumprir sua pena, estimulado pelo circo, o jovem entrou para a escola e hoje também é um dos que mais se destacam.

Publicidade


Gisele Rodrigues, 23 anos: da Escola de Circo de Londrina para a Escola Nacional de Circo no Rio de Janeiro. Desde julho do ano passado Gisele está morando no Rio de Janeiro. Ela e mais dois londrinenses ganharam o direito de fazer parte da Escola Nacional. Os três foram selecionados entre 15 pessoas no Brasil, e, limitando mais, eram apenas três vagas por região e as três foram para alunos da escola londrinense. Especialista em diversos equipamentos, com destaque para o arame, ela disse que os alunos de Londrina, apesar da estrutura na cidade, são bem elogiados pelos professores no Rio de Janeiro. No novo desafio, ela explicou que o período de treinamento é integral, com aulas práticas e teóricas. Um ponto destacado por ela foram as aulas de anatomia: "agora eu consigo entender meu corpo e identificar o que está causando a dor". Gisele acrescentou o benefício que traz o acompanhamento de um fisioterapeuta e de um psicóloga. Também lembrou de uma aula crucial: primeiros socorros. "É fundamental, porque a gente convive com risco de queda, nossa e dos companheiros. O atendimento rápido pode salvar vidas". Lá ela deve ficar até junho, quando encerra a sua bolsa e a intenção é permanecer no Rio "onde tudo acontece para o circo". Mas o sonho, "o sonho é ir para a Europa, trabalhar em circos itinerantes".


Thabata Silva Rodrigues, 18 anos: aluna desde os 12 anos de idade, hoje professora, Thabata quer permanecer em Londrina e transmitir a oportunidade que teve para outras pessoas, mas as dificuldade podem levá-la a sair da cidade. A maneira de a jovem mostrar que a Escola de Circo de Londrina não tem o reconhecimento que merece na cidade é contando que eles são bem requisitados em diversos locais e mais, em alguns são tratados como estrelas. "No Paraguai já pediram para que a gente abrisse uma escola lá. Tem lugar que os alunos chegam ao ponto de receberem pedidos de autógrafos".

Maria Alice Menezes: sem desmerecer as outras três histórias e as dos outros alunos, mas a da dona Maria, ou mãe do Artur, é a mais cativante. Ela, com a família, deixaram tudo em Ourinhos (interior de São Paulo) e vieram morar em Londrina para que o menino, na época com 11 anos, pudesse estudar na escola de circo. Pelo que ela conta, foi amor à primeira vista: "nós estávamos em Londrina, aí passamos em frente a escola, o Artur se interessou e já se matriculou". Hoje ela enche os olhos para falar do raro talento do filho, que está com 14 anos. A confiança é tanta que ela nem fala em sonho, mas já vê o filho participando do Cirque du Soleil. Os elogios hoje não refletem bem o que era antes, ela revela que Artur era um aluno problemático e que ela era sempre chamada pela diretora da escola. Após "entrar para o circo", o comportamento do menino mudou e hoje ele é um exemplo para os demais. Nem é preciso perguntar para dona Maria se a mudança para a Londrina valeu a pena. Ela conclui com o que acha qual deve ser o papel dos pais: "precisa incentivar o talento dos filhos".


Publicidade

Últimas notícias

Publicidade
LONDRINA Previsão do Tempo