Líderes do movimento hip-hop de Londrina foram ao Ministério Público (MP) na manhã desta quarta-feira (17) denunciar a ação realizada pela Polícia Militar (PM) na última sexta (12) na Concha Acústica (centro). De acordo com a denúncia, os policiais militares agiram de forma "desproporcional e truculenta". Os responsáveis pelo movimento conversaram com o promotor de Defesa dos Direitos Constitucionais de Londrina, Paulo Tavares, e ficaram de entregar a ele um documento com detalhes da ação policial. "Eles alegam que foram impedidos de realizar a apresentação de hip-hop na Concha", completou o promotor.
Na última sexta-feira, a Polícia Militar revistou mais de 300 jovens na Concha Acústica. Oito deles foram detidos (cinco por tráfico de drogas e três por porte de entorpecentes". A PM informou que realizou a batida após o recebimento de denúncias de moradores do entorno da Concha, que se dizem cansados com a comercialização e o consumo de drogas no local.
Tavares contou que começou a apurar o caso na segunda-feira (15), quando recebeu um e-mail da mãe de um dos participantes do movimento relatando o ocorrido. "Enviei um ofício ao comando da Polícia Militar pedindo esclarecimentos e vou reforçar a solicitação após a reunião de hoje", afirmou. O promotor vai enviar outro ofício para a Secretaria de Cultura. "Eles alegam que o poder público não presta nenhum tipo de auxílio no que se refere às questões de logística e segurança. Acredito que se a secretaria tivesse organizado o evento, com o apoio da Guarda Municipal, por exemplo, a PM não teria agido como agiu", argumentou.
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A secretária municipal de Cultura, Solange Batigliana, se disse surpresa com a reclamação do movimento hip-hop. De acordo com ela, a secretaria nunca foi procurada pelos artistas. "Não há nenhum registro desse tipo", garantiu.
Solange lembrou que os recursos da pasta são limitados e que os projetos, se cadastrados, são atendidos por meio do Programa Municipal de Incentivo à Cultura (Promic). "Estamos à disposição do movimento", destacou.
Os líderes do movimento hip-hop também participaram da sessão de terça-feira (16) da Câmara de Vereadores. Alguns bateram boca com os parlamentares e exigiram que o Legislativo acompanhe o caso de suposta truculência policial. Três dos vereadores mais cobrados - Rony Alves (PTB), Elza Correia (PMDB) e Lenir de Assis (PT) - participaram da reunião desta quarta-feira no Ministério Público.
O trio pretende, ainda, se reunir com o comandante do 5º Batalhão da PM, tenente-coronel Hudson Teixeira, na manhã desta quinta-feira (18), para discutir a denúncia feita pelo movimento hip-hop.