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Na área central

Mulher ‘mora’ em pontos de ônibus de Londrina

Paulo Monteiro - Equipe NossoDia
28 mar 2014 às 08:39

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- Paulo Monteiro / NOSSODIA
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Mesmo morando na rua há oito meses, ou melhor, nos pontos de ônibus de Londrina, Andreia Ferreira Santos, de 41 anos, não deixa a vaidade de lado. Além dos adereços no cabelo e dos brincos dourados em formato de argola, ela está sempre com as mãos e a sobrancelha feitas. Talvez essa particularidade evita que passe despercebida como tantas outras pessoas que perambulam sem rumo pela cidade. O que, no entanto, não foi suficiente para ela ser acolhida por ninguém na cidade que escolheu para tocar a vida.

Dormindo no banco de ônibus da Rua Amazonas, quase esquina com a Avenida Leste-Oeste, na área central, Andreia acordou com a chegada da reportagem no final da tarde de terça-feira. E aceitou contar um pouco da sua história. Mineira de Uberlândia, disse que chegou em Londrina há oito meses.

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Ela afirmou não ter família nem filhos e que por isso decidiu sair sem destino pelo Brasil afora. "Viajo de ônibus ou pego carona. Os últimos lugares que me lembro de ter passado foram Barretos (SP) e São Martinho (Distrito de Rolândia)", fala Andreia, sem querer dar muitos detalhes sobre seu passado.

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Desde que chegou em Londrina, a mulher bonita de traços fortes disse que sobrevive fazendo "bicos". "Mas não é sempre que tenho trabalho. Por isso, procuro abrigos e albergues da cidade para comer. A minha roupa eu lavo no posto de gasolina. Já pra dormir, na maioria das vezes, acabo dormindo nos pontos de ônibus mesmo", revelou.

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Segurança


Apesar de sobreviver nas ruas, Andreia garantiu nunca ter sofrido violência. "As pessoas gostam de mim e me protegem. Durante a noite, tento dormir próximo ao PAM (Pronto Atendimento Municipal) porque tem mais pessoas e o perigo é menor."

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Mesmo assim, depois de tanto tempo sem rumo e sem lar, Andreia demonstrou cansaço e revelou que seu grande sonho é conseguir uma casa para morar. "O problema é que perdi meus documentos e não consigo tirar outros. Queria que alguém me ajudasse com qualquer coisa", afirmou.


Andreia também não possui telefone celular para contato. Ela pode ser encontrada nos pontos de ônibus próximos ao PAM e também no ponto da Rua Amazonas, Centro, próximo ao estádio Vitorino Gonçalves Dias (VGD).

Leia mais na Folha de Londrina: Resistência em aceitar acolhimento


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