Depois de seis dias de operação em Foz do Iguaçu, a Delegacia da Receita Federal de Londrina, com apoio das polícias Federal, Rodoviária e Militar, efetuou esta semana a maior apreensão de mercadorias do ano, estimada em cerca de R$ 1,6 milhão.
Ao todo, 250 pessoas foram autuadas por descaminho e contrabando, em 18 ônibus (de linha regular e de turismo) fiscalizados que teriam sido carregados no Paraguai. Delas, pelo menos 35 são de Londrina.
Metade desse carregamento (equivalente a três dias de trabalho dos 20 fiscais destacados para a operação) veio para Londrina, distribuída em duas carretas e dois caminhões de médio porte, devido às limitações do depósito local. Outra parte ficou em Foz.
De acordo com o delegado da Receita em Londrina, Sérgio Gomes Nunes, por questões estratégicas esse tipo de operação foi expandido para todo o Estado, apesar de a situação de Londrina ser peculiar. ''A cidade é um corredor de passagem para Minas Gerais, São Paulo e Rio de Janeiro'', apontou.
Do material apreendido, segundo Nunes, o que mais chamou a atenção foi a grande quatidade de caixas de cigarro contrabandeado (724, ao todo), os mais de R$ 500 mil em materiais de informática e um ônibus inteiro carregado de equipamentos de oficina e marcenaria. Entre as cargas também havia uma considerável quantidade de alimentos, brinquedos, bebidas, medicamentos, roupas e CDs.
Os autuados por contrabando responderão a processo na Justiça Federal e poderão pegar pena de dois a quatro anos de detenção.
Segundo dados da Receita, o valor das apreensões, só este ano, praticamente beira os R$ 4 milhões arrecadados de janeiro a dezembro de 2002. A explicação para isso, acredita Nunes, pode estar nas mudanças do câmbio. ''Se diminui a cotação do dólar, como tem ocorrido, aumenta o fluxo dessas mercadorias'', afirmou. Os donos autuados têm até 20 dias para se defender. Depois desse prazo, a RF pode destruir, leiloar ou doar o que estiver nos estoques a instituições filantrópicas.