Após informações repassadas pela Polícia Federal, o Ministério Público deu início às investigações sobre um Termo de Cooperação Técnica firmado entre a Sercomtel, a empresa colombiana Open Systems Ltda., com sede na cidade de Cali, e a empresa Sigma Dataserv Informática, de Curitiba. O documento assinado no ano 2000, pelo então presidente da Sercomtel, Rubens Pavan, tinha a intenção inicial de modernizar a empresa de Londrina por meio de um software elaborado na Colômbia.
Nesta segunda-feira (28), Pavan foi chamado para depor sobre o caso à Promotoria de Defesa do Patrimônio Público. Ele saiu sem falar com a imprensa. A promotora Leila Voltarelli explicou que o ex-presidente da Sercomtel não acompanhou o desenvolvimento do projeto. "Ele foi o responsável pela assinatura do termo, mas logo em seguida ele se desligou da presidência. A parte do desenvolvimento foi esclarecida por técnicos da companhia", contou em entrevista à rádio CBN Londrina.
Vários técnicos e membros da diretoria da Sercomtel já foram ouvidos. Pelo Termo de Cooperação, a empresa colombiana ofereceria uma licença para a utilização do software. Já a empresa de Curitiba ficaria responsável por oferecer capacitação aos funcionários da companhia londrinense e a manutenção do programa. O contrato teria duração de três anos. Ele foi calculado em dólar. O valor sofreu alteração durante o andamento do projeto, por causa da oscilação da moeda.
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O Ministério Público quer verificar quanto foi repassado à empresa da Colômbia e se houve irregularidades no cumprimento do termo. A realização da iniciativa custou, segundo a promotora, cerca de R$ 4,5 milhões. Existe a suspeita de que houve danos aos cofres públicos. "Estamos tentando apurar e identificar se realmente houve a implantação deste sistema e ver se o objetivo do termo foi atingido."
Outro ex-presidente da Sercomtel, Francisco Roberto Pereira, também já prestou depoimento. A promotora contou que ele destacou que houve o redimensionamento do projeto depois da realização de uma avaliação feita por uma empresa de consultoria. A justificativa inicial para se firmar o contrato milionário seria a dificuldade da Sercomtel em implantar a modernização do sistema. "A Sercomtel não tinha condições de adquirir este produto por ser uma companhia menor. Por isso que, segundo a companhia, foi firmado o acordo", explicou Leila Voltarelli.
A promotora aguarda mais informações que já foram solicitadas à companhia de Londrina. O Ministério Público pretende ouvir mais pessoas que passaram pela Sercomtel desde o início da década passada. (com informações da rádio CBN Londrina)