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Desvio de verbas

STJ nega suspensão de ação penal contra o Ciap

Redação Bonde com STJ
01 jul 2011 às 15:54

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O ministro Og Fernandes, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), negou liminar que pretendia a suspensão da ação penal que apura supostas irregularidades no Centro Integrado de Apoio Profissional (Ciap), associação civil do Paraná suspeita de servir como fachada para o desvio de verbas públicas. O escândalo envolvendo o Ciap estourou um ano atrás, após investigações realizadas pela Polícia Federal, Controladoria-Geral da União, Ministério Público Federal e Receita Federal.

O processo sobre o caso corre na Justiça Federal do Paraná e tem 21 réus, entre eles várias pessoas de uma mesma família que ocupavam cargos de direção no Ciap e em empresas que seriam utilizadas no esquema criminoso de desvio de verbas. Eles são acusados de formação de quadrilha, peculato e lavagem de dinheiro.

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No habeas corpus requerido ao STJ, a defesa do principal dirigente do Ciap e de uma enteada dele alega suspeição do juiz e pede que o magistrado seja afastado do caso, com a consequente anulação de todos os atos processuais praticados. Com a liminar, a defesa pretendia que a ação penal fosse suspensa até o julgamento de mérito do habeas corpus.

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O habeas corpus foi impetrado contra decisão do Tribunal Regional Federal da 4ª Região, o qual havia considerado que os fatos apontados pelos réus como indicativos da suspeição do juiz não se enquadram nas hipóteses previstas em lei. Para o ministro Og Fernandes, relator do habeas corpus no STJ, não há constrangimento ilegal evidente no caso, pois as alegações da defesa exigem "uma análise mais detalhada dos elementos de convicção".

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Com o indeferimento da liminar, a ação penal poderá continuar tramitando normalmente, pelo menos até o julgamento do habeas corpus pela Sexta Turma do STJ – o que só ocorrerá depois de oferecido parecer pelo Ministério Público Federal, para onde o processo foi encaminhado, com as informações prestadas pelo tribunal regional.


A ação policial contra o suposto esquema criminoso, batizada de Operação Parceria, foi desencadeada no mês de maio de 2010 em várias cidades do Paraná e ainda de São Paulo, Goiás, Maranhão e Pará. Sediado em Londrina, o Ciap era uma organização não governamental (ONG) qualificada como Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (Oscip), o que lhe permitia receber verbas do governo mediante termos de parceria para a execução de atividades de caráter social.

De acordo com informações divulgadas pelos investigadores na época da operação, a entidade teria recebido cerca de R$ 1 bilhão nos cinco anos anteriores, e o dinheiro desviado poderia chegar a R$ 300 milhões. Ainda segundo a polícia, os valores suspeitos eram transferidos para empresas pertencentes a parentes e outras pessoas ligadas aos dirigentes da entidade.


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