Motoristas e cobradores de Londrina se reuniram no final da tarde desta segunda-feira (18) para discutir indicativo de greve. A paralisação foi aprovada pela maioria absoluta dos funcionários. Dos 1069 votantes, 1014 votaram a favor da greve, um anulou, outro votou em branco e o restante votou contra o indicativo.
O presidente do Sindicato dos Trabalhadores do Transporte Coletivo de Londrina (Sinttrol), João Batista dos Santos, lembrou que a aprovação não tem efeito imediato. Ou seja, apesar de aprovada, a paralisação, se continuar vigente, só deve acontecer no final da semana. "As empresas marcaram uma nova reunião para a próxima quinta-feira. As negociações continuam. Mas, se a proposta apresentada não melhorar, vamos cruzar os braços", destacou.
A categoria pede reajuste salarial de 13%: 9% relacionado à inflação acumulada nos últimos nove meses e 4% referente ao adicional de produtividade, que significaria aumento real nos salários dos funcionários. O sindicato solicita, ainda, R$ 480 de plano de saúde (para funcionário e família), R$ 200 de tíquete alimentação (R$ 8 por dia), entre outras reivindicações. Até agora, as empresas só ofereceram 5,29% de reposição. "Isso já foi prontamente rechaçado pelos funcionários", lembrou Santos.
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O indicativo de greve foi aprovado a poucos dias de um possível anúncio de reajuste na passagem de ônibus. O prefeito Alexandre Kireeff (PSD) aguarda parecer da Procuradoria Jurídica do Município para tomar a decisão e anunciá-la à sociedade. Questionado se o Sinttrol estaria trabalhando junto com as empresas, no intuito de pressionar o poder público, João Batista dos Santos foi taxativo: "Eu defendo única e exclusivamente a minha categoria profissional. As empresas já possuem diversos assessores e advogados para cuidar dos interesses delas. Pensar isso dos funcionários é um absurdo", argumentou.
Apesar disso, o sindicalista admitiu que a demora no anúncio do reajuste está atrapalhando os funcionários. "A nossa data base é em janeiro, mas, por causa da falta do anúncio, ainda não recebemos a reposição. Esperamos, também, pelo Programa de Participação e Resultados (PPR), que deveria ter sido pago pelas companhias no último 10, mas que também não saiu", listou.
Atualmente, o motorista do transporte coletivo de Londrina ganha, em média, R$ 1650. Já o cobrador recebe R$ 1092 das empresas. As duas companhias empregam mais de 1700 funcionários na cidade.