Londrina ainda não dispõe de qualquer controle eletrônico de velocidade e, se depender do vereador Joel Garcia (PDT), não terá tão cedo. Ele protocolou na Câmara o projeto de lei 321/2009 para proibir o uso desses equipamentos. Com uma justificativa lacônica, ele diz: "As soluções para o trânsito, a nosso ver, não passam pelo uso de radar móvel e sim por planejamento e melhoria nas vias".
O projeto ainda não recebeu parecer de quaisquer comissões, mas já enfrente oposição do diretor de Trânsito de Companhia Municipal de Trânsito e Urbanização (CMTU), major Sérgio Dalbem, que encabeça campanha para a diminuição da violência nas ruas de Londrina e defende maior fiscalização e punição dos motoristas infratores. "O vereador não está apenas na contramão da política de trânsito da CMTU, mas na contramão do que o mundo pensa e sabe sobre trânsito", criticou Dalbem. "Todas as cidades do mundo que conseguiram reduzir acidentes e mortes no trânsito fiscalizam e punem com rigor os infratores".
O major Dalbem também comentou a curta justificativa de Joel Garcia: "Melhorias das vias são importantes, mas isso, comprovadamente, aumenta o número de acidentes porque os motoristas correm mais", explicou. "Infelizmente nossos motoristas dão mais valor aos cuidados com os carros do que com a própria vida e com as vidas alheias".
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Além disso, também está comprovado que quanto maior a velocidade, maior a gravidade do acidente. "Simplesmente uma lei como essa seria responsável direta por um aumento no número de mortes no trânsito; favoreceria a indústria da morte", avaliou, referindo-se aos críticos dos radares, que os taxam de "indústria da multa".
A princípio, o major acredita que o projeto de Joel Garcia afronta a Constituição Federal, já que o artigo 22 estabelece, no inciso XI competência privativa da União para legislar sobre trânsito.
Radares
O major Sérgio Dalbem disse que está em fase de teste na CMTU um radar móvel de velocidade emprestado pela Polícia Rodoviária Estadual. "Estamos treinando nossos técnicos para utilizá-lo, mas as multas ainda não estão sendo aplicadas; isso deve ocorrer em aproximadamente 15 dias", previu. "Estamos alocando verba orçamentária para comprar equipamentos próprios no ano que vem", adiantou Dalbem.