A mobilização dos moradores do Jardim Shangri-lá, na Zona Oeste de Londrina, está mudando a realidade do bairro, que nos últimos anos sofre com os constantes assaltos, tráfico e prostituição, praticados principalmente nas praças e vielas existentes na região.
Para diminuir o problema, a Secretaria Municipal de Obras e a Companhia Municipal de Trânsito e Urbanização (CMTU) começaram, na última semana, a colocação de grades e arames farpados em oito vielas que cortam os quarteirões. Segundo a população local, estes corredores servem de abrigo para os infratores e de canal de fuga para os que cometem crimes no bairro e nas proximidades da Avenida Tiradentes.
A colocação de grades foi uma das várias reivindicações feitas pela comunidade à administração municipal e à Polícia Militar. Por meio de um abaixo-assinado, eles pedem também melhorias na iluminação das vias, podas das árvores, revitalização das praças Bento Gonçalves e Dom Pedro I, implantação de videovigias e mais policiamento.
Leia mais:
Projeto ''Sextou na Concha Acústica'' abre inscrições para seleção de bandas em Londrina
Interligações em redes podem afetar abastecimento de água em bairros de Londrina
Prefeitura de Londrina aumenta prazo de obra e duplicação da Octávio Genta fica para 2025
Fórum Desenvolve Londrina apresenta indicadores e pesquisa de percepção
O fechamento das pequenas ruas existentes entre as residências foi viabilizada com a ajuda da comunidade. ''O município tinha as grades, que foram retiradas do Bosque, no Centro, mas não tinha o cimento para afixá-las. Seria preciso abrir licitação para a compra. Para agilizar, fizemos a proposta de doar o cimento'', conta uma das organizadoras do movimento Vizinho Solidário, que está sendo implantado no bairro, e que preferiu não se identificar.
Ela explica que a base do movimento é a maior comunicação entre todos os moradores. ''Estamos fazendo um cadastro com o endereço e telefone de todos. Se um perceber que a casa do outro está sendo roubada, por exemplo, tem como avisar.'' Outro recurso adotado são os apitos. Todos têm estes instrumentos em casa e, ao menor sinal de problema, chamam a atenção dos vizinhos com o barulho estridente.
Os moradores ouvidos pela reportagem contam que a violência aumentou na região nos últimos dez anos. ''Mas acreditamos que vamos conseguir mudar isso, e voltar a ter tranquilidade. Se pudermos servir de exemplo para outras regiões, será melhor ainda'', argumentam eles, que já comemoram o maior policiamento nas ruas.
Segundo o diretor de operações da CMTU, Luciano Borrozino, a interdição das vielas deve ser finalizada até o final desta semana. Os espaços estão sendo comercializados junto à comunidade (três existentes na região já foram vendidos), e até que ganhem novo destino, as grades serão mantidas nestes locais para bloquear a passagem. Borrozino informou ainda que não há, por enquanto, projeto de fechar outras vielas na cidade.