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Por mais segurança

Vielas do Shangri-lá são interditadas e vendidas

Silvana Leão - Folha de Londrina
21 set 2010 às 09:30

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Cimento foi doado pela comunidade e as grades vieram do Bosque Central - Bruno Ferraro/Folha
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A mobilização dos moradores do Jardim Shangri-lá, na Zona Oeste de Londrina, está mudando a realidade do bairro, que nos últimos anos sofre com os constantes assaltos, tráfico e prostituição, praticados principalmente nas praças e vielas existentes na região.

Para diminuir o problema, a Secretaria Municipal de Obras e a Companhia Municipal de Trânsito e Urbanização (CMTU) começaram, na última semana, a colocação de grades e arames farpados em oito vielas que cortam os quarteirões. Segundo a população local, estes corredores servem de abrigo para os infratores e de canal de fuga para os que cometem crimes no bairro e nas proximidades da Avenida Tiradentes.

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A colocação de grades foi uma das várias reivindicações feitas pela comunidade à administração municipal e à Polícia Militar. Por meio de um abaixo-assinado, eles pedem também melhorias na iluminação das vias, podas das árvores, revitalização das praças Bento Gonçalves e Dom Pedro I, implantação de videovigias e mais policiamento.

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O fechamento das pequenas ruas existentes entre as residências foi viabilizada com a ajuda da comunidade. ''O município tinha as grades, que foram retiradas do Bosque, no Centro, mas não tinha o cimento para afixá-las. Seria preciso abrir licitação para a compra. Para agilizar, fizemos a proposta de doar o cimento'', conta uma das organizadoras do movimento Vizinho Solidário, que está sendo implantado no bairro, e que preferiu não se identificar.

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Ela explica que a base do movimento é a maior comunicação entre todos os moradores. ''Estamos fazendo um cadastro com o endereço e telefone de todos. Se um perceber que a casa do outro está sendo roubada, por exemplo, tem como avisar.'' Outro recurso adotado são os apitos. Todos têm estes instrumentos em casa e, ao menor sinal de problema, chamam a atenção dos vizinhos com o barulho estridente.


Os moradores ouvidos pela reportagem contam que a violência aumentou na região nos últimos dez anos. ''Mas acreditamos que vamos conseguir mudar isso, e voltar a ter tranquilidade. Se pudermos servir de exemplo para outras regiões, será melhor ainda'', argumentam eles, que já comemoram o maior policiamento nas ruas.

Segundo o diretor de operações da CMTU, Luciano Borrozino, a interdição das vielas deve ser finalizada até o final desta semana. Os espaços estão sendo comercializados junto à comunidade (três existentes na região já foram vendidos), e até que ganhem novo destino, as grades serão mantidas nestes locais para bloquear a passagem. Borrozino informou ainda que não há, por enquanto, projeto de fechar outras vielas na cidade.


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