O dia promete ser novamente tenso, a exemplo de ontem. A Bolsa de Nova York já registrava queda significativa às 11h08 (horário de Brasília), com o índice Dow Jones caindo 1,83% logo após discurso de Alan Greenspan, presidente do Fed (Federal Reserve, o Banco Central dos Estados Unidos) em que ele mencionou que ainda há aspectos recessivos na economia americana, apesar de acreditar em crescimento sustentado. No mesmo horário, o índice Nasdaq recuava 0,32%.
Em São Paulo, o Índice Bovespa _principal indicador da Bolsa de Valores de São Paulo, tinha leve queda de 0,13%.
Como foram os mercados na segunda
O dólar comercial subiu com intensidade na segunda-feira. A moeda norte-americana encerrou o dia ontem cotada para venda a R$ 2,860 (compra a R$ 2,854) pela taxa do Banco Central, uma alta de 1,74% em relação ao fechamento de sexta-feira. O dia foi tenso no mercado internacional. As Bolsas norte-americanas passaram a maior parte do dia em forte queda e se recuperaram no final dos pregões. A Bovespa também caiu fortemente e as Bolsas européias tiveram baixas fortes.
Na análise de Alexandre Mathias, economista-chefe do Unibanco Asset Management, a desvalorização do euro frente ao dólar causou turbulência nos mercados financeiros. Veja a entrevista de Mathias ao UOL News.
A política de intervenções diárias com venda de dólares no mercado, adotada na semana anterior pelo Banco Central, não tem conseguido reduzir a cotação do dólar diante do real.
O Banco Central está vendendo US$ 50 milhões por dia no mercado de câmbio, política adotada para todo o mês de julho para tentar aumentar a liquidez no mercado.
Mercados nos EUA tiveram dia tenso ontem, mas se recuperaram no fechamento
O índice Dow Jones, da Bolsa de Nova York, caiu 0,5% ontem. O índice Nasdaq, que concentra as ações de empresas de informática e alta tecnologia, fechou em alta de 0,6%. Os dois índices chegaram a cair 4% à tarde.
Na Bolsa de Valores de São Paulo, o Índice Bovespa caiu 3,04%.
Dados sobre estoques nos Estados Unidos e uma recomendação radical de venda dos papéis do setor de tecnologia pela corretora Merrill Lynch espalharam pessimismo pelos mercados, num momento em que já começavam novas especulações sobre pesquisas eleitorais no Brasil.
Bolsas européias desabaram
As Bolsas da Europa sofreram fortes perdas nesta segunda-feira. Londres e Paris fecharam com baixas de 5,4%. Os investidores recuavam diante das perdas em Wall Street, que eram motivadas por dados desfavoráveis sobre os estoques industriais nos EUA. A Bolsa de Frankfurt também registrou forte queda, de 5,28%.
O índice Financial Times, referência da Bolsa de Londres, sofreu o maior tombo desde 11 de setembro, dia dos ataques aos Estados Unidos. Com isso, ficou abaixo da linha dos 4.000 pontos pela primeira vez desde dezembro de 1996 e fechou aos 3.994 pontos.
Os setores bancários e petrolíferos eram os que mais pressionaram o indicador, responsáveis por aproximadamente 50 pontos perdidos no dia. A gigante petrolífera Shell caiu 8,08% e a BP, 7,5%.
O Royal Bank of Scotland caiu 7,05%, em conseqüência de preocupações em torno da exposição do setor à dívida.
A Bolsa de Paris seguiu a mesma tendência e fechou próximo ao seu recorde de quatro anos de baixa, com o índice CAC-40 aos 3.323 pontos. O mercado francês foi afetado por persistentes preocupações com a consistência da contabilidade das companhias. Neste ano, a bolsa parisiense acumula perda de 28%. A empresa de varejo Pinault Printemps Redoute caiu 10,69%, em conseqüência de um questionamento da capacidade da empresa de obter financiamento para exercer a opção de comprar participações minoritárias na Gucci. A Vivendi Universal sofria com problemas relacionados à sua dívida e perdeu 12,54% de seu valor.
Risco de investir no Brasil também subiu
A taxa de risco do Brasil também sofreu forte alta nesta segunda-feira. O risco-país do Brasil atingiu 1.546 pontos básicos, uma alta de 2,1% em relação a sexta-feira. Isso significa que os títulos da dívida brasileira estão pagando 15,46 pontos percentuais acima dos títulos do Tesouro dos Estados Unidos.
O risco-país é medido pelo EMBI+ (Emerging Markets Bonds Index), índice apurado pelo banco J.P. Morgan com base nos valores dos títulos da dívida dos países considerados "emergentes". Quanto maior a taxa, maior
o risco de se investir em determinado país. O risco-país é o principal termômetro para medir a desconfiança dos investidores sobre um país.
Veja abaixo o ranking dos 10 países com maior taxa de risco, segundo o EMBI+ (em pontos básicos):
1 - ARGENTINA - 6.742
2 - NIGÉRIA - 2.097
3 - BRASIL - 1.546
4 - EQUADOR - 1.246
5 - VENEZUELA - 1.128
6 - TURQUIA - 972
7 - PERU - 703
8 - UCRÂNIA - 669
9 - COLÔMBIA - 655
10 - RÚSSIA - 504