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Copom: cenário é de redução de 0,25 p.p. na taxa de juros

Alex Agostini - Economista-chefe
17 out 2005 às 14:14
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O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central decidirá na próxima quarta-feira (19) o destino da taxa de juros básica brasileira (Selic). A aposta da Global Invest Asset Management é de que a autoridade monetária continuará com seu ultraconservadorismo e deve optar por reduzir a taxa de juros em apenas 0,25 ponto percentual, mesmo havendo condições para reduzir 0,50 p.p. E novamente acreditamos que a decisão será unânime.

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Como a taxa de juros ainda permanece em um nível elevado, relativamente às demais economias emergentes, o efeito de uma redução de 0,25 p.p. ou de 0,50 p.p. sobre a atividade econômica é praticamente nulo.

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Copom ignora cenário externo e corta juros para 19% a.a.


Há tanto fatores domésticos quanto externos suficientes para que o BC/Copom não altere sua postura em relação à condução da política monetária, mesmo nós não concordando com o fato. Do lado doméstico, o principal fator é o resultado da produção industrial referente ao mês de agosto e também os resultados e alguns indicadores antecedentes referente ao mês de setembro, como é o caso da produção de veículos automotores. Ambos apresentaram bons resultados, revelando que a taxa de juros não tem sido fator impeditivo ao crescimento econômico, muito pelo contrário, na visão do BC/Copom a dosagem na taxa de juros tem sido adequada para manter o equilíbrio da economia: inflação sobre controle e crescimento econômico.

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Ainda do lado doméstico, vale destacar que o rendimento médio real do trabalhador brasileiro cresceu 1,6% nos primeiros oito meses deste ano e deve encerrar 2006 com uma taxa de crescimento da ordem de 3% a 4% sobre 2005. Se essa expectativa se concretizar, esse será o primeiro resultado positivo apurado pela renda real depois de amargar 7 anos consecutivos de queda.


A convergência das expectativas de inflação para as metas de 2005 e 2006 também é um fator que joga a favor de um corte de apenas 0,25 p.p. na Selic, mesmo havendo certa resistência em continuidade de queda para 2005, que se estabilizou na casa dos 5,2% há 6 semanas.

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Quanto ao cenário externo, a recente deterioração, principalmente com a aceleração da taxa dos títulos do tesouro norte-americano (treasury bond), refletiu instantaneamente nos ativos financeiros domésticos. Por ser uma preocupação constante da autoridade monetária, inclusive alertada nos documentos divulgados pelo Banco Central, é mais um ingrediente a favor do ultraconservadorismo. O alerta mais claro da preocupação do BC/Copom com o cenário internacional foi feito pelo diretor de política econômica, Afonso Bevilaqua, que no dia 29 de setembro afirmou que não espera um cenário externo tão positivo para 2006 quanto o vigente (ao menos até aquele momento). E, portanto, a qualquer momento o Banco Central poderia retomar com seu programa de recomposição de reservas internacionais. Fato que foi concretizado no dia 03 de outubro.


Vale lembrar que duas importantes preocupações do BC/Copom para a inflação de 2006 foram dissipadas, pelo menos por enquanto. A primeira diz respeito à possível contaminação de um reajuste de combustíveis sobre a de 2006. Já a segunda diz respeito à inércia inflacionária causada pelos reajustes programados dos preços administrados (tarifas públicas), que em 2006 deverá ocorrer em menor intensidade que o observado em 2005, dado que os índices utilizados para reajustar esses contratos (IGP-M e IGP-DI) registraram fortes deflações no período maio-setembro deste ano.


Em tempo, vale lembrar que há uma defasagem de aproximadamente 6 meses entre a decisão da política monetária e seu real efeito sobre a atividade econômica. Portanto, isso faz com que o colegiado esteja objetivando somente a meta de 2006, a qual é mais estreita que a observada em 2005, visto que o limite de flutuação da inflação é de apenas 2 pontos percentuais para cima ou para baixo em relação ao seu centro: 4,5%. Neste sentido, quanto menor o canal de flutuação e mais longe estamos da conclusão da meta de 2006, menores são as margens de manobra da autoridade monetária, resultando em maior cautela.

Soma-se a tudo isso o fato do Brasil ter obtido no último dia 12/out uma melhora na sua classificação de risco. Ou seja, em time que está ganhando não se mexe. Ma se mexer é para garantir o resultado!


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