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Em Portugal

Brasileira declara ter sido forçada a confessar crime

Redação Bonde
14 fev 2008 às 11:39

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A baiana Ana Virgínia de Morais Sardinha se declarou inocente durante a primeira audiência do seu julgamento, na quarta-feira (13), em Portugal, e disse que foi forçada pela polícia a confessar que matou seu filho Leonardo, de 6 anos, em julho de 2007 em Lisboa.

Ana Virgínia foi formalmente acusada de homicídio qualificado pela Justiça portuguesa em janeiro e na primeira audiência do julgamento ela disse que queria "apenas que o filho adormecesse".

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Segundo declarações divulgadas pelo jornal português Correio da Manhã, ela afirmou ainda ter sido levada a confessar o crime. "Eles fizeram-me confessar tudo, acabei por confessar tudo porque queria ver o meu filho. O advogado disse-me que se confessasse tudo ia acabar bem. Caí numa cilada", disse a brasileira.

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A tese da acusação é que Ana Virgínia teria provocado a morte do filho com uma dose excessiva do remédio para epilepsia Trileptal e depois tentado o suicídio. Ainda segundo essa tese, ela estaria abalada emocionalmente por causa do fim do relacionamento com o namorado.

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Acusações


A promotoria apresentou como parte da acusação mensagens de celular que ela teria enviado para o ex-namorado dizendo que tinha dado o excesso de medicamento à criança e que depois iria se suicidar.

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Nas suas declarações, Ana Virgínia disse que apenas tinha dado ao filho meio frasco do medicamento. Ainda segundo ela, a intenção era que a criança dormisse para fazer a viagem – o menino estaria agitado porque não queria deixar o país. Depois de dar o medicamento à criança, ela teria tomado outros dois frascos do remédio e misturado com vinho.


Segundo Ana Vírgínia, quando confessou a intenção de matar o filho ela pretendia apenas ser liberada para ver o seu corpo.

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A acusação afirma que o motivo do homicídio foi a rejeição por parte do namorado português, a quem Ana Virgínia havia conhecido pela internet. Ele teria sido a razão pela qual ela deixou o Brasil e comprou um apartamento na cidade de Alenquer, a 40 quilômetros de Lisboa.


Em Portugal, o homicídio qualificado – que corresponde ao homicídio doloso no Brasil – prevê, em caso de condenação, uma pena que vai de 12 a 25 anos de prisão.

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A expectativa é de que o julgamento possa ser longo. Nesta sexta, testemunhas que vieram do Brasil prestarão depoimento, além de seu ex-namorado português.


O caso de Ana Virgínia gerou grande repercussão em Portugal e na Bahia, estado natal da brasileira, porque a família e advogados afirmaram que ela sofreu abusos na prisão.


As acusações foram investigadas pelas autoridades portuguesas, que negaram os abusos. Em uma visita recente ao país o ministro da Justiça, Tarso Genro, chegou a discutir o caso com seu colega português.

BBC Brasil


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