Pesquisar

Canais

Serviços

Publicidade
Publicidade
Publicidade
Maus-tratos

Brasileiro denuncia tratamento "escravo" na Grã-Bretanha

BBC Brasil
13 mar 2010 às 11:02

Compartilhar notícia

siga o Bonde no Google News!
Publicidade
Publicidade

Um relatório divulgado neste sábado pela Comissão de Direitos Humanos e Igualdade (CDHI) do governo da Grã-Bretanha afirma que milhares de empregados da indústria britânica de processamento de carne sofrem maus-tratos.

O documento afirma que um em cada cinco empregados do ramo já foi empurrado ou agredido e destaca a denúncia de um brasileiro que trabalha no leste da Inglaterra.

Cadastre-se em nossa newsletter

Publicidade
Publicidade


"Eu nunca vou me esquecer daquilo. Não sou escravo, só não falo inglês. Ele falou comigo como se eu fosse um animal ou alguma coisa assim. É tão horrível. Às vezes nem consigo dormir à noite, porque no dia seguinte preciso ir para aquele lugar horrível outra vez", diz o brasileiro no relatório.

Leia mais:

Imagem de destaque
Pena máxima

França pede 20 anos de prisão a marido de Gisèle Pelicot, dopada e estuprada por dezenas de homens

Imagem de destaque
Reverência para a brasileira

Marta vence primeiro título nos Estados Unidos com Orlando e estadunidenses se rendem à 'rainha'

Imagem de destaque
Maturidade de veteranas

Orlando Pride, de Marta, vence e conquista primeiro título da NWSL

Imagem de destaque
Contínua dispersão geográfica

OMS anuncia que mpox ainda figura como emergência em saúde pública global


Entre as denúncias ouvidas pela comissão estão funcionários que teriam sido alvo de hambúrgueres congelados atirados por gerentes e mulheres grávidas que teriam sido obrigadas a ficar de pé durante longos períodos ou mesmo carregar peso, sob ameaças de demissão.

Publicidade


Imigrantes


Abusos verbais seriam ainda mais comuns. De acordo com a comissão, um terço dos entrevistados foi vítima ou testemunhou agressões verbais no local de trabalho.

Publicidade


Mesmo ir ao banheiro pode ser um problema para empregados da indústria da carne, segundo o relatório da CDHI. Há denúncias de pessoas que se sentem humilhadas por acabar se urinando na linha de produção, depois de não obter autorização para ir ao banheiro.


O relatório é especialmente revelador sobre as condições enfrentadas por imigrantes, já que um terço dos empregados permanentes e dois terços dos temporários seriam estrangeiros, embora a comissão destaque que o tratamento dispensado aos britânicos seja igualmente ruim.

Publicidade


Segundo o levantamento algumas agências de emprego que trabalham para a indústria da carne ameaçam imigrantes de não lhes oferecer mais trabalho caso não aceitem as ofertas imediatamente. Mesmo mulheres grávidas ou pessoas doentes seriam forçadas a aceitar trabalhos, até depois de longas jornadas.


Entre os entrevistados da comissão, 70% afirmaram ter sido tratados de forma diferente tanto por empregadores quanto por agências de trabalho por causa de sua raça ou nacionalidade.

Publicidade


Favorecimento


A CDHI também afirma que vários disseram que gerentes estrangeiros tendem a favorecer seus conterrâneos no que diz respeito à alocação, escalas e acesso a equipamento de proteção, além de facilitar a contratação para cargos permanentes.

Publicidade


A reclamação mais comum é que determinadas nacionalidades frequentemente são escolhidas para realizar as tarefas mais pesadas ou desagradáveis.


A comissão descobriu que a falta de domínio do inglês é um fator importante no tratamento dispensado aos funcionários. Aqueles que não dominam a língua acabam sendo vítimas mais frequentes de maus tratos.

O relatório afirma que 80% da carne processada pela indústria de processamento é fornecida às grandes redes de supermercados e sugere que essas cadeias assumam uma responsabilidade maior pelas condições de trabalho na indústria como um todo.


Publicidade

Últimas notícias

Publicidade
LONDRINA Previsão do Tempo