O Concorde fez neste sábado seu último vôo comercial para a Air France, do aeroporto JFK, de Nova York, para Paris, em uma viagem de 3 horas e 45 minutos, encerrando 27 anos de serviço para a companhia francesa.
O vôo AF001 decolou com um pequeno atraso, após as 8h (9h de Brasília) de Nova York, com 79 passageiros, marcando a última oportunidade para os clientes da companhia de romper a barreira do som voando sobre o Atlântico.
Cerca de 15 mil pessoas receberam o aparelho supersônico na capital francesa, no aeroporto de Charles de Gaulle-Roissy. Nesta sexta, cerca de 300 pessoas se reuniram para presenciar a última partida do avião da pista francesa.
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O "pássaro branco" continuará voando por mais alguns meses para a British Airways, que possui 7 dos 12 aparelhos existentes e decidiu manter sua linha Londres-Nova York e os vôos a Barbados até o final de outubro.
Quatro dos cinco exemplares da Air France vão parar em museus dos Estados Unidos, Alemanha e França, enquanto o quinto será exposto no aeroporto parisiense de Roissy-Charles de Gaulle.
Air France e British Airways são as únicas companhias que utilizam o Concorde e anunciaram no dia 10 de abril sua intenção de encerrar os vôos depois de 27 anos, devido à grande baixa de passageiros e ao aumento vertiginoso dos custos de manutenção.
O Concorde é o único avião supersônico civil em serviço e nunca deu muitos lucros às companhias aéreas, embora o fato de serem as únicas a cruzar o Atlântico na velocidade do som lhes desse muito prestígio.
A decisão marca o fim de uma aventura tecnológica lançada nos anos 70 para um aparelho que se transformaria no preferido das estrelas e dos empresários capazes de pagar uma ida-e-volta que atualmente custa 8.726 euros - cerca de R$ 30.500 pelo câmbio de sexta-feira.
Fascinados por seu desenho único, caracterizado pela asa em forma de delta e o nariz pontiagudo articulado, os adeptos do Concorde também o consideram uma "máquina para viajar no tempo", já que lhes permite chegar a Nova York antes da hora de sua partida de Paris ou Londres. O aparelho é capaz de transportar 92 passageiros em Mach 2 (velocidade de cruzeiro de 2.300 km/h).
O Concorde é um projeto muito caro, nascido da colaboração de quatro empresas francesas e britânicas (Sud-Aviation, British Aircraft Corporation, Bristol Siddley e Snecma). Por enquanto não tem sucessor, já que nenhuma indústria aeronáutica pretende construir um novo avião civil supersônico.
O Concorde nunca se recuperou totalmente da catástrofe de 25 de julho de 2000. Um aparelho da Air France carregado de turistas alemães caiu logo depois de decolar do aeroporto Roissy-Charles de Gaulle, deixando 113 mortos. A companhia anunciou na última terça-feira que construirá um monumento em um local próximo do acidente para homenagear as vítimas.