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Do Brasil ao Japão

Doadores de órgãos poderiam salvar milhares de vidas

AFP
14 jun 2007 às 18:55

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Do Brasil ao Japão as listas de pacientes que precisam de um transplante se alongam por causa da penúria de órgãos, apesar das situações e regulamentações diferentes de um país para outro, com prazos de espera que podem chegar a vários anos em certos casos.

O mundo inteiro está cada vez mais consciente destas carências, promovendo inclusive polêmicas iniciativas, como um recente programa de televisão na Holanda em que estaria supostamente em jogo a doação de um rim.

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O número de pessoas que doam órgãos difere de forma significativa de um país para outro na União Européia: de 34,6 doadores por milhão de habitantes na Espanha para apenas 0,5 em Romênia, passando por 6 na Grécia e 13,8 na Grã-Bretanha.

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O rim aparece como o órgão mais solicitado no mundo, segundo dados obtidos pela AFP.

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Apesar da hemodiálise, o transplante de rim continua sendo a melhor maneira de tentar combater a insuficiência renal. E a "epidemia mundial" de diabetes, uma das principais causas da insuficiência renal, temida pelos especialistas, poderá agravar a situação.


Durante 2005 foram transplantados 66.000 rins, segundo os dados relativos a 98 países, o que representa modestamente 10% das necessidades estimadas, de acordo com a revista britânica médica The Lancet em sua última edição.

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Diante do aumento da comercialização de órgãos e do "turismo de transplantes", que representariam cerca de 10% dos transplantes realizados no mundo (The Lancet), a Organização Mundial de Saúde (OMS) anunciou em março passado a criação de um fórum mundial para desenvolver novas linhas de conduta.


O instituto de urologia e de transplantes de Karachi revelou que entre 80 e 85% de todos os transplantes realizados no Paquistão eram feitos com objetivos comerciais.

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A China, que com freqüência tem sido acusada de traficar órgãos extraídos dos condenados à morte, promulgou sua primeira lei sobre a proibição do comércio de órgãos humanos.


Segundo estatísticas oficiais, a cada ano cerca de um milhão e meio de pacientes entram na fila por um transplante na China, mas apenas 10.000 demandas são satisfeitas. Um número que colocaria o gigante asiático no segundo lugar em número de transplantes realizados, atrás dos Estados Unidos (14.756 transplantes em 2006).

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Na União Européia, onde dez pessoas que estão à espera de um trasplante morrem por dia, a Comissão de Bruxelas apresentou em maio um plano para promover a doação de órgãos, propondo em particular a criação de um cartão europeu de doador.


Há poucos dias um programa de TV holandês pôs em jogo a doação de um rim, mas que na verdade se tratava de uma brincadeira destinada a alertar a opinião pública a respeito da falta de doações de órgãos.

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A maioria dos europeus (56%) estaria disposta a doar um de seus órgãos depois da morte, mas apenas 12% deles possuem um cartão de doador e apenas 41% discutiram o assunto com sua família.


Em vários países é a família do falecido que tem a última palavra. Na Austrália, que tem um dos percentuais mais baixos de doadores do mundo, uma em cada três famílias família se opõe à doação.


A doação de órgãos não tropeça geralmente em objeções religiosas, e sim em barreiras culturais. Desta forma, no Japão a noção de morte atrelada tradicionalmente à parada cardíaca em lugar da interrupção da atividade cerebral prejudica o processo. Já na China, acredita-se que um corpo deve permanecer íntegro para garantir o repouso da alma.

Os órgãos destinados aos transplantes podem ser extraídos de pessoas em estado de morte cerebral, ou de doadores vivos para órgãos como o rim ou uma parte do fígado.


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